2º Congresso da Anel reafirma o internacionalismo, aliança operário-estudantil e a luta por educação de qualidade

COMPARTILHE

Compartilhe emfacebook
Compartilhe emtwitter
Compartilhe emwhatsapp
Compartilhe emtelegram

O 2 º Congresso da Anel, realizado entre os dias 31 de maio e 02 de junho, em Juiz de Fora (MG), reuniu cerca de 2 mil estudantes.

Durante quatro dias, delegados e participantes aprofundaram debates sobre educação, internacionalismo, aliança operário-estudantil e contra todas as formas de opressões.
A mesa de abertura expressava uma das linhas programáticas da entidade: a aliança operário-estudantil, contando com a representação da CSP-Conlutas, Andes-SN, Sinasefe, Fasubra, Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), Federação Nacional dos Petroleiros e do líder seringueiro do Acre, Osmarino Amâncio, contemporâneo de Chico Mendes, entre outros.

O membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, defendeu essa aliança e resgatou a importância da Anel na defesa da educação pública e de qualidade no Brasil “contra a política do governo Dilma que destrói a educação no país”.

Clara Saraiva, pela Executiva Nacional da ANEL, lembrou que simultaneamente ao Congresso da Anel está acontecendo o Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em Goiás. “No congresso da UNE está Mercadante, mas aqui, ao contrário, estão todos aqueles que construíram a grande greve de 2012 e os representantes da classe trabalhadora“, afirmou.

Rubens, do ANDES, destacou a importância da elaboração estratégica de um programa para a educação. “Acertadamente, ANDES e também ANEL não participaram da construção do PNE do governo. Precisamos contruir um novo plano de educação para olhando para a universalização do ensino e também para a emancipação humana”.

Gibran, da Fasubra, falou da diferença que fez a participação da ANEL na greve nacional da educação do ano passado. “Em 2011, fizemos uma greve e não conseguimos nada. Em 2012, em um momento decisivo para a abertura de negociações, em que protestamos em frente ao Ministério da Educação e fechamos o Ministério do Planejamento com piquetes, contamos com o apoio crucial da ANEL, arrancando aquilo que o governo não queria nos dar”.

Já o representante da Federação Nacional dos Petroleiros, reafirmou a importância da luta contra a privatização do petróleo e a sua entrega às multinacionais e o papel da juventude nisso. “OS EUA invadem o Iraque, Afeganistão e ocupa o Oriente Médio para se apossarem do petróleo e, no Brasil, Dilma promove o maior leilão da história, maior do que os da época de FHC, para o Brasil exportar petróleo para alimentar o imperialismo, que mata e explora ao redor do mundo“, afirmou. “

Osmarino Amâncio era esperado por muitos devido a sua luta em defesa dos seringueiros do Acre e da Amazônia. O líder defendeu a união entre estudantes e os povos da floresta contra o agronegócio e o chamado “capitalismo verde”.

Internacionalismo
Além da aliança operário-estudantil, a Anel é defensora do internacionalismo. A dirigente da entidade, Clara Saraiva, resgatou o apoio às revoluções da juventude árabe contra ditaduras como a de Mubarak no Egito e da juventude síria contra a ditadura Assad. São convidados do congresso dois jovens da União dos Estudantes Livres da Síria.

No último período Anel teve atuação intensa em campanhas de solidariedade em lutas de estudantes de diversos países. Entre eles os países árabes, Canadá, Chile e países europeus onde os estudantes saíram à luta.

Estiveram presentes representantes da Argentina, Chile, Costa Rica, Espanha, Quebec, Senegal e Síria.

Educação

No segundo dia o tema central dos debates foi a educação pública no país. As reflexões sobre o ensino foram abertas com o debate ‘A Educação Pública Não Pode Esperar: Por outro Projeto de Educação’.

Marinalva Silva, presidente do ANDES, e o professor do IFET-SP, Valério Arcary, foram os convidados da Mesa da Educação. A frente de uma das entidades que foram protagonistas na greve de 2012 realizada pelos estudantes, professores e funcionários técnicos das universidades federais, Marinalva fez críticas contundentes ao projeto de educação PT, materializado principalmente por meio do PNE (Plano Nacional de Educação).

“O PNE representa o avanço de novos ataques aos trabalhadores e aos estudantes. Precisamos nos unir, porque esta medida tem um significado muito perverso: ela retira o caráter público da educação por uma ‘educação gratuita’, que é bancada com dinheiro público repassado para a iniciativa privada. Temos muitas lutas para os próximos anos”, afirmou Marinalva.

Arcary fez um balanço dos dez anos de PT no poder, questionando os estudantes presentes se houve, de fato, avanços na educação brasileira na última década. Além disso, Arcary definiu como “sem precedentes e possivelmente não repetido em nenhum outro país” o enorme volume de isenções fiscais destinadas aos tubarões do ensino.

“Nos primeiros anos de seu governo, Lula perdoou uma dívida astronômica dos grupos privados em troca de vagas. Esta dívida, praticamente impagável, poderia ter sido executada pelo governo, federalizando mais de 50% das universidades sem gastar um único centavo. Mas o governo pensou: vamos executar a dívida ou dar mais dinheiro a eles? Deram vida ao ensino privado”, sentenciou Arcary.

Com infornações da CSP-Conlutas e ANEL.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

17/04: Ato contra a privatização da Sabesp!

A votação do projeto que privatiza a Sabesp, empresa responsável pelo tratamento de água e esgoto de São Paulo pode acontecer nesta quarta-feira, 17. Para barrar essa proposta nefasta, haverá um ato público a partir das 14h na Câmara de Vereadores.