Logo depois de ter sido convidado por centrais como a CUT e a Força Sindical, para participar do ato virtual do 1° de Maio, Davi Alcolumbre aprovou no senado o congelamento “oficial” dos salários dos servidores, até dezembro de 2021.
A proposta, em seguida, foi encaminhada para as mãos de Rodrigo Maia, também convidado para o 1° de Maio, para ser aprovada na Câmara dos Deputados.
A votação demonstrou a unidade dos partidos políticos, em atacar os interesses dos trabalhadores. No senado, a proposta foi aprovada com votos de apoiadores do governo e da oposição, inclusive de todos os senadores do PT. Apenas o senador Randolfe Rodrigues votou pela rejeição da matéria.
O congelamento dos salários e dos benefícios do funcionalismo foi moeda de troca para socorrer, com auxílio financeiro, estados e municípios durante a pandemia do novo coronavírus.
É fato que a crise sanitária traz graves consequências para a economia brasileira. Porém, é inaceitável que direito, como reajuste salarial, seja tratado como privilégio pelo governo para o Estado cumprir com suas responsabilidades.
Por que não buscam diminuir os impactos com a queda na arrecadação adotando a taxação das grandes fortunas, suspendendo o pagamento de juros e amortização da dívida pública e, também, revogando a Emenda Constitucional 95?
Na verdade, esses verdadeiros parasitas, se aproveitam da pandemia, que segue tirando vidas e crescendo assustadoramente, para arrancar direitos dos trabalhadores e manter os lucros dos mega empresários.
Não podemos aceitar que essa conta recaia nos bolsos dos servidores púbicos e nem dos trabalhadores da iniciativa privada. O Sindsef-SP repudia veementemente mais este ataque.
1º de maio é dia de luta dos trabalhadores!
Nenhum aprendizado parece ter sido acumulado pelas maiores centrais sindicais que também convidaram Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), e os ex—presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula para a atividade do 1° de Maio. Esta atitude representa um insulto a todos os trabalhadores que perderam suas vidas nos processos de luta que deram origem a data.
A data surgiu não como dia de realização de shows e nem para distribuição de prêmios. Foi uma forma de marcar e homenagear milhares de trabalhadores de Chicago (EUA), que no dia 1º de maio de 1886, ocuparam às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho, que podiam chegar até a 16 horas, para 8 horas diárias. A manifestação causou a ira dos poderosos, que reprimiram duramente o movimento, com prisões, pessoas feridas e até mesmo trabalhadores mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Cabe destacar, que a CSP-Conlutas e a Intersindical-Instrumento de Luta, não concordando com esse absurdo convite, se retiraram da organização desse evento e realizaram um Ato de caráter classista para celebrar a data.