O Sindsef-SP recebeu com indignação a notícia de que a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, está recebendo ameaças de morte, após a greve realizada entre quinta (23) e sexta-feira (24).
A forte greve conquistou o apoio da população. A partir da decisão de garantir o funcionamento do serviço de transporte com “catraca livre”, isto é, sem o pagamento de passagem, a categoria atingiu o objetivo de mostrar suas reivindicações e, ainda, escancarou a mentira do governador Tarcísio de Freitas e o deixou encurralado.
A greve conquistou o pagamento de Participação de Resultados (PRs) de R$ 2.000 por trabalhador referente aos três anos em que não houve pagamento; o cancelamento das punições aos grevistas e não desconto das horas paradas.
Contudo, a exposição negativa do governador bolsonarista teria motivado uma série de ataques da extrema direita ao Sindicato dos Metroviários e alguns de seus dirigentes.
“Do dia 24 de março para cá, a presidenta do sindicato recebeu três ameaças de mortes em mensagens particulares via Instagram. Além disso, imagens de dirigentes do sindicato atuando na greve e perfis das redes sociais dos mesmos foram veiculados em grupos bolsonaristas, com xingamentos e mensagens de ódio contra a greve, a entidade sindical e seus dirigentes”, afirma a nota dos Metroviários.
Nós, servidores públicos federais, temos acordo com os Metroviários de que as ameaças sofridas pela presidente da entidade representativa escancaram a misoginia (ódio a mulheres), machismo e racismo enquanto expressões da extrema direita que prejudicou o Brasil e vitima milhares de mulheres ano a ano.
Ressaltamos, ainda, que jamais aceitaremos quaisquer medidas antissindicais. Vale lembrar que o funcionalismo público só pôde se organizar em sindicatos a partir da Constituição Federal de 1988, após 20 anos de ditadura militar. Portanto, é fundamental resguardar o livre direito à organização sindical.
Consideramos fundamental as entidades sindicais aprofundarem o debate sobre iniciativas de autodefesa, como parte das tarefas de organização dos trabalhadores.
O Sindsef-SP repudia a prática de ameaças e ataques ao Sindicato dos Metroviários e a seus dirigentes ao passo que se solidariza, especialmente, à companheira Camila, que vem sendo ainda mais atacada por ser uma mulher que não teme a luta.
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil