Nos dias 23 e 24 de Julho, ocorre o 1º Seminário Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) sobre Mulheres Negras. Este espaço, que terá caráter de formação, será de grande importância para avançar nos debates de gênero, raça e classe. O Sindsef-SP enviará uma representação para participar da atividade.
O evento será em São Paulo, na quadra do Sindicato dos Metroviários, situado na Rua Serra do Japi, nº 31, Tatuapé, próximo as estações de metrô Tatuapé e Carrão.
A iniciativa é parte das resoluções do 1º Encontro Nacional do MML, realizado em 2013. O objetivo é avançar na organização de um programa e uma entidade na qual as mulheres negras tenham voz e possam se sentir representadas, sem a pretensão de substituir qualquer forma organizativa própria do feminismo negro ou dos movimentos de luta pela questão racial.
Segundo o MML, a ideia é “partirmos da compreensão histórica de que o sistema escravista deixou resquícios nefastos para os negros e as negras da nossa classe, até os dias de hoje. Seja na manutenção da população negra nas condições sociais mais pauperizadas e nos postos de trabalho de maior exploração e precarização. Seja na reprodução da ideologia do mito da democracia racial, que faz com que a sociedade brasileira, incluindo dirigentes sindicais e movimentos sociais, não considere as diferenças estabelecidas entre negros e não negros no cotidiano.
No caso das mulheres negras, a situação é ainda pior, pois a combinação do machismo e do racismo impõe um grau de opressão e exploração absurdo, que se reflete também na organização para lutar, separando as mulheres negras dos movimentos feministas gerais.”
O Encontro será um espaço de formação, debate e troca de conhecimentos e experiências. Paralelamente, será também uma forma de saudar a coragem e disposição de luta demostradas pelas mulheres negras ao longo da história, liderando quilombos e terreiros; preservando os elementos africanos na cultura brasileira; sendo o sustento da família negra no período pós-abolição e até os dias de hoje, em que muitas delas criam seus filhos sozinhas.
A partir daí, farão parte do debate temas como a identidade e resistência da mulher negra, o machismo e o racismo no mundo do trabalho e no sindical, as religiões de matrizes africanas, assim como as formas culturais de resistência.
Em um momento em que as mulheres negras são vanguarda em lutas importantes da classe trabalhadora e da juventude, esse seminário ganha um destaque ainda maior, pois “Mulheres pretas têm e continuam fazendo história”!
Fonte: Blog – Mulheres em Luta Nacional