O ano de 2025 foi de mobilização constante em defesa do serviço público e da valorização das servidoras e servidores. Diante da falta de avanços nas negociações salariais e do risco de aprovação de uma nova Reforma Administrativa, o Sindsef-SP manteve-se presente nas ruas, nos espaços de debate e no acompanhamento das mesas de negociação, atuando em conjunto com outras entidades e movimentos.
Nossas Lutas
A campanha salarial seguiu como um dos principais eixos de atuação, envolvendo categorias de diferentes órgãos federais. As assembleias e mobilizações expressaram a insatisfação com a estagnação salarial e a ausência de equiparação entre os Três Poderes, além de reafirmarem a importância de uma política de valorização permanente do funcionalismo.
Outro ponto central foi a luta contra a Reforma Administrativa, que ameaça direitos históricos e compromete o caráter público do Estado. O sindicato acompanhou o tema de perto e denunciou as tentativas de avançar com o projeto sem diálogo com os trabalhadores.
O Sindsef-SP também manteve ações de combate ao assédio moral e sexual, ampliando o debate sobre ambientes de trabalho saudáveis e de respeito. Em paralelo, seguiu atento às pautas sociais mais amplas, apoiando iniciativas contra a violência do Estado e em defesa dos direitos humanos.
Confira a seguir um panorama das lutas, conquistas e desafios vividos ao longo do ano.
Campanha Salarial
Janeiro e fevereiro: início das mobilizações
O ano começou com o debate sobre reajustes, carreiras e condições de trabalho no serviço público.
No dia 24 de janeiro, o Sindsef-SP celebrou o Dia dos Aposentados, destacando a importância de quem construiu o serviço público e segue ativo na luta.
Em 28 de janeiro, o sindicato e a Ascema SP/PR convocaram os servidores da Área Ambiental para assembleia na superintendência do Ibama, em São Paulo, discutindo indenizações, PGD e defasagem salarial.
No dia 31 de janeiro, o Fonacate, o Fonasefe e as centrais sindicais protocolaram no MGI a pauta unificada de 2025, abrindo oficialmente a campanha salarial.
Poucos dias depois, em 6 de fevereiro, a assembleia conjunta da Ascema SP/PR e Sindsef-SP tratou do atraso no reajuste, da incerteza orçamentária e de questões específicas da área ambiental.
Em 18 de fevereiro, representantes do Sindsef-SP reuniram-se com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), ligada ao MTE, reforçando a interlocução direta sobre as demandas da base.
No dia 20 de fevereiro, os servidores federais participaram da primeira reunião da campanha 2025 com o governo Lula, enquanto o Sindsef-SP defendia uma política permanente de recomposição salarial.
Encerrando o mês, em 28 de fevereiro, foi convocada a Semana Nacional de Mobilização (11 a 17 de março), em Brasília e nos estados, para pressionar o governo a cumprir os acordos de 2024.
Março – pressão e organização
As mobilizações ganharam fôlego com assembleias e reuniões setoriais em diferentes órgãos.
Em 5 de março, servidores da Cultura denunciaram a ausência de plano de carreira e os salários defasados.
No mesmo mês, o Sindsef-SP realizou uma assembleia com a Assipen, que discutiu negociações e reestruturação de carreiras no setor de Ciência e Tecnologia.
Entre 21 e 23 de março, ocorreu o Seminário de Planejamento da Diretoria, reunindo dirigentes e base para debater a conjuntura e planejar as ações da campanha. O seminário aprovou novos passos para fortalecer a mobilização.
Em 27 de março, o sindicato alertou sobre golpes envolvendo falsas mensagens sobre reajustes salariais.
Abril – reajuste sancionado e novas cobranças
No dia 11 de abril, o presidente Lula sancionou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, garantindo o pagamento dos reajustes a partir de maio e os retroativos de janeiro. O Sindsef-SP alertou que o índice era insuficiente e mantinha as desigualdades entre os Três Poderes.
Entre 10 e 15 de abril, o sindicato realizou assembleias estaduais e setoriais com servidores da Área Ambiental, da Cultura e do MTE, avaliando os impactos da LOA e definindo estratégias de pressão.
Assembleias realizadas com servidoras e servidores da Área Ambiental de São Paulo, no Cepta/Pirassununga, e nacional, no dia 9 de abril, por videoconferência, discutiram pontos centrais relacionados à implementação do acordo firmado com o governo, além de informes da mesa setorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da organização do Congresso da Ascema Nacional.
A recomposição salarial e a estruturação da negociação permanente com o governo federal foram os principais temas da reunião nacional dos servidores e servidoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), realizada virtualmente no dia 10 de abril. A atividade foi convocada pela Anasmitrap (Associação Nacional dos Servidores Administrativos dos Ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência Social) e a condução ficou a cargo do secretário-geral Rogério Expedito, que apresentou os pontos de pauta e esclareceu dúvidas da categoria.
No dia 25, foram divulgadas orientações sobre prova de vida de aposentados e pensionistas e sobre imposto de renda, com prazo para entrega das declarações até 30 de maio. O sindicato também divulgou o plano de saúde da Assefaz, informando os servidores sobre mudanças nos planos e benefícios.
No dia 30 foram realizadas duas assembleias. A primeira reuniu os servidores da Cultura, on-line; a segunda, reuniu os aposentados e pensionistas, na sede do sindicato.
Maio – greve da Cultura e mobilização nacional
O mês de maio ficou marcado pela greve nacional da Cultura, aprovada em 30 de abril e iniciada em 5 de maio, com participação de trabalhadoras e trabalhadores das diversas instituições vinculadas ao Ministério da Cultura (MinC).
Durante o mês, o Sindsef-SP acompanhou as assembleias nacionais e estaduais da categoria, e também as atividades da Área Ambiental.
Uma representação dos servidores do Ibama em São Paulo entregou, no dia 16 de maio, um ofício ao presidente do Instituto, Rodrigo Agostinho, manifestando preocupação com a possibilidade de transferência da sede da Superintendência (SUPES/SP), atualmente localizada na Alameda Tietê, no bairro dos Jardins — uma região nobre e valorizada da capital paulista, para uma região no Centro Histórico, conhecida por registrar altos índices de furtos e roubos.
Junho – negociações e greve ambiental
Após sucessivos adiamentos, o MGI convocou nova rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente para 12 de junho, mas sem avanços concretos.
Em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, houve paralisação nacional com atos públicos e debates sobre a política salarial.
No mês, o Sindsef-SP divulgou as novas tabelas de reajuste 2025-2026 e orientações sobre transparência nos pagamentos.
No dia 27, servidoras e servidores da Cultura se reuniram em assembleia on-line para debater e definir as propostas ao Encontro Nacional do setor, que ocorreu em Brasília nos dias 30 de junho e 1º de julho. A atividade também discutiu a importância de manter a mobilização da categoria, mesmo após a suspensão da greve.
Ainda em junho, uma importante vitória: a Justiça Federal julgou improcedente a ação de improbidade administrativa movida contra o servidor Carlos Daniel G. Toni, que foi absolvido de todas as acusações. Carlos Daniel também teve confirmada a reintegração ao cargo de analista ambiental, consolidando mais uma conquista nesse processo. A sentença representou uma conquista da categoria e do jurídico do Sindsef-SP, que atuaram de forma firme e comprometida na defesa do acusado.
Julho e agosto – resistência e mobilização
Nos dias 30 de junho e 1º de julho, servidores da Cultura participaram do Encontro Nacional da Cultura, em Brasília. Em pauta: análise de conjuntura, estratégias de mobilização e avaliação do movimento paredista. A atividade contou com a participação de representantes de 13 estados, incluindo São Paulo.
Ainda no início de julho, o departamento Jurídico do Sindsef-SP preparou duas notas explicativas: uma, sobre o Abono de Permanência na Base de Cálculo do 13º Salário e Adicional de Férias; outra a respeito da incorporação da Gratificação de Raios X na Aposentadoria.
No dia 2 de julho, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) encerrou oficialmente as atividades de sua unidade em Lagoa Vermelha (RS), após 111 anos de funcionamento ininterrupto. O Sindsef-SP deu destaque ao fato e fez a denúncia de que o fechamento faz parte de um processo nacional de desmonte institucional que ameaça a capacidade do país de monitorar e antecipar eventos extremos, em plena era de colapso climático.
Em 3 de julho, foi publicado o edital do Concurso Nacional Unificado (CNU 2025), seguido de orientações sobre prazos e etapas.
No mesmo período, o Sindsef-SP divulgou a adesão da Assefaz ao plano Jade Capital, com mensalidades reduzidas. Além disso, divulgou informes sobre a CNEN, que abriria 150 vagas de concurso ligadas ao IPEN.
Em agosto, a Mesa Setorial de Negociação Permanente da Área Ambiental voltou a se reunir em Brasília. Em pauta estavam pontos que seguem sem solução, como a regulamentação da Indenização de Campo, a entrada de carreiras transversais no Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a crítica às contratações de trabalhadores temporários em funções que devem ser exercidas por técnicos e analistas ambientais ou administrativos.
Setembro a dezembro – continuidade da luta
Em setembro, o governo autorizou a nomeação de 460 aprovados no Ibama e, no mês seguinte, liberou 1.984 nomeações de concursos dos últimos dois anos.
No dia 1º de outubro, o MGI marcou a MNNP para 29/10, e o Fonasefe convocou ato no mesmo dia, em Brasília, para pressionar por equiparação de benefícios, negociação coletiva e direito de greve. No período, o sindicato também impulsionou as bases para o 29º Congresso do Sindsef-SP (edital publicado em 24/09).
No dia 25 de novembro, as entidades ANASMITRAP, CONDSEF, FENASPS, CNTSS e CSPB participaram da audiência pública da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, que debateu a proposta de criação da Política Nacional de Mediação de Conflitos Individuais do Trabalho.
Em assembleia nacional, realizada em 10 de dezembro, servidoras e servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) aprovaram um indicativo de greve nacional para a segunda quinzena de janeiro de 2026. A decisão, aprovada por unanimidade e marcada por forte indignação, é uma resposta ao que a categoria classifica como “abandono institucional” e risco iminente de extinção do ministério.
No mesmo período, o sindicato divulgou a crítica de que o Ministro Luiz Marinho passou a inteferir, de maneira inédita e reiterada, na autonomia técnica dos auditores fiscais do Trabalho no enfrentamento ao trabalho análogo à escravidão. O ministro anulou os efeitos de uma fiscalização realizada por auditores-fiscais do governo federal, que haviam resgatado cinco trabalhadores em condições análogas à escravidão, na extração de sisal, fibra utilizada na fabricação de cordas e tapetes.
Diante do orçamento ainda travado e as negociações sem resultado, a luta por reajuste e reestruturação seguirá como prioridade até 2026.
Greve da Cultura
A greve nacional da Cultura, deflagrada em 5 de maio, foi um dos marcos de 2025.
Coordenada por trabalhadores dos órgãos vinculados ao Ministério da Cultura, a paralisação se espalhou por 21 estados e reuniu milhares de servidores em mobilizações locais e nacionais.
Em São Paulo, o Sindsef-SP acompanhou todas as assembleias presenciais e virtuais, realizadas nos dias 5, 7, 13, 21, 26 e 28 de maio, além de atos em frente a equipamentos culturais e visitas a espaços em greve.
Foram produzidos materiais informativos, cartas abertas e intervenções artísticas que denunciaram a precarização do setor e exigiram um plano de carreira nacional para a Cultura.
A mobilização teve forte repercussão na imprensa alternativa e nas redes sociais, reafirmando a importância da organização coletiva para defender a cultura como direito social e política de Estado.
Após a onda de mobilizações de maio, o tema seguiu ativo: em 04/09, o episódio #7 do Café com Lutas debateu o Sistema MinC e o papel do Estado na Cultura, reafirmando a pauta de plano de carreira, concursos, recomposição e investimento.
Em 16/10, no Museu Lasar Segall, a atividade “Saúde no trabalho, saúde mental, prevenção de doenças” aprofundou a agenda pós-greve, conectando condições de trabalho e valorização à proteção da vida.
Luta contra a Reforma Administrativa
Fevereiro e março: alertas e mobilizações
As discussões sobre a nova Reforma Administrativa voltaram a ganhar força logo no início de 2025. Ainda em fevereiro, durante as reuniões da campanha salarial, o Sindsef-SP, junto às entidades nacionais, alertou que o governo Lula retomou a narrativa sobre “modernização do Estado”, o que na prática significava o retorno da lógica de desmonte dos serviços públicos.
Durante a Semana Nacional de Mobilização (11 a 17 de março), o Sindsef-SP e a CSP-Conlutas denunciaram que o arcabouço fiscal e as medidas de austeridade seguiam inviabilizando políticas de valorização e abrindo caminho para uma nova versão da PEC 32.
O alerta se confirmou em 24 de março, quando a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) organizou o evento “Reforma Administrativa já”, com a presença da ministra Esther Dweck. O Sindsef-SP participou do ato de protesto em frente à Fiesp, junto às demais entidades do funcionalismo, com o lema: “A Reforma Administrativa é contra o povo! Os ricos querem acabar com os serviços públicos!”.
Na mesma semana, o sindicato divulgou materiais explicando como o discurso de modernização esconde o projeto de enfraquecimento do serviço público, e alertou que a proposta voltava a tramitar de forma fragmentada no Congresso, com o GT da Reforma Administrativa retomando suas atividades na Câmara dos Deputados.
Abril: preparação da campanha e enfrentamento político
Durante as assembleias de abril, o Sindsef-SP ampliou o debate sobre a reforma administrativa, articulando o tema com as pautas salariais e com o enfrentamento ao assédio moral e sexual.
A questão também esteve presente na assembleia estadual dos aposentados (30 de abril), que discutiu os impactos do projeto sobre benefícios e aposentadorias.
O sindicato destacou que, ao propor flexibilizações nos vínculos e ampliar contratações temporárias, o governo repetia os mesmos eixos da antiga PEC 32 — apenas com uma roupagem mais branda.
Nesse período, o Sindsef-SP também participou da elaboração de textos de mobilização unificada junto ao Fonasefe, alertando que a retomada da PEC era um ataque conjunto aos servidores federais, estaduais e municipais.
Maio e junho: campanha contra a reforma administrativa
Em 7 de maio, durante a assembleia estadual, o sindicato lançou oficialmente a campanha contra a Reforma Administrativa, alertando que a proposta seguia em tramitação e poderia ser votada no segundo semestre.
Poucos dias depois, em 22 de maio, o Sindsef-SP publicou o boletim especial “A nova reforma administrativa”, que analisou o discurso do governo sobre “modernização da gestão pública” e revelou como as mudanças defendidas pela Fiesp e pelo MGI enfraquecem carreiras, ampliam terceirizações e transferem funções públicas ao setor privado.
O debate se intensificou em junho, quando, no dia 12, o advogado do Sindsef-SP, César Lignelli, ministrou uma palestra sobre a Reforma Administrativa para servidores da Cultura, na sede do Iphan/SP. A atividade explicou os principais pontos do projeto e suas semelhanças com a PEC 32/2020, destacando o risco de uma “precarização estrutural do Estado”.
Nos dias seguintes, o sindicato publicou uma série de matérias denunciando o “acordão” entre governo e Congresso, que mantinha intactos os interesses do mercado financeiro e preparava o terreno para a aprovação da reforma.
Também alertou sobre as portarias do MGI que vinham aplicando medidas de caráter temporário e contratações sem concurso público, consideradas avanços da reforma “por dentro” do Executivo.
Julho: avanço no Congresso e nova fase de alerta
O mês de julho consolidou a pauta como uma das maiores ameaças ao funcionalismo. No dia 10 de julho, ocorreu mais uma audiência do Grupo de Trabalho da Reforma Administrativa na Câmara, com a presença da ministra Esther Dweck, do governador Eduardo Leite e do prefeito Bruno Reis.
O Sindsef-SP denunciou que o debate era conduzido sem transparência e com exclusão das representações sindicais, repetindo o método autoritário da PEC 32.
No mesmo período, o sindicato publicou matérias alertando para projetos complementares à reforma, como o PL 3069/2025 (Lei Geral dos Temporários) e o PL 2585/2025, que impõe metas produtivistas ao SUS.
Ambos foram identificados como tentativas de implantar, por dentro do Estado, a lógica privatista que desvaloriza servidores e transforma o trabalho público em mercadoria.
Em 11 de julho, dirigentes do Sindsef-SP participaram de seminário em Brasília, convocado pela Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, com o mote: “É urgente barrar a nova Reforma Administrativa antes que seja tarde demais”.
A partir dali, a campanha nacional de enfrentamento ganhou fôlego, com o sindicato divulgando informes semanais sobre as audiências e mobilizações nacionais, e reforçando o chamado para que a base permanecesse em estado permanente de mobilização.
Agosto: resistência articulada e denúncias públicas
Em 29 de julho, o relatório final do GT da Reforma Administrativa foi entregue à presidência da Câmara, confirmando que o texto previa demissão por insuficiência de desempenho, vínculos precários e redução de garantias constitucionais.
O Sindsef-SP classificou o relatório como “PEC 32 disfarçada” e publicou uma nota pública de repúdio, denunciando que a proposta mantém privilégios para o alto escalão e ataca a base do funcionalismo.
Durante o mês de agosto, o tema esteve presente nas assembleias do Ministério da Saúde, MTE e Cultura, e nas reuniões do Conselho Deliberativo. O jurídico do Sindsef-SP também orientou as bases sobre os impactos práticos da reforma, caso fosse aprovada.
O boletim “Portaria do MGI é vista como avanço da reforma administrativa”, de 25 de julho, teve grande repercussão ao denunciar que o governo vinha aplicando dispositivos típicos da reforma sem debate público nem aprovação legislativa.
O sindicato intensificou as denúncias e reforçou a mobilização nacional convocada pelas frentes parlamentares.
Setembro e outubro: mobilização permanente
Em 2 de setembro, o Sindsef-SP participou do ato nacional nos aeroportos, com concentração no Aeroporto de Congonhas (SP), dentro da mobilização do Fórum dos Trabalhadores do Setor Público do Estado de São Paulo.
O protesto cobrou dos parlamentares o fim dos ataques aos serviços públicos e a rejeição da reforma administrativa, reforçando a defesa da estabilidade, da carreira e do concurso público.
Ao longo do mês, o sindicato seguiu publicando notas e alertas sobre o avanço da tramitação da PEC, defendendo que a luta contra a reforma deve continuar articulada à campanha salarial e à defesa das carreiras públicas, pois todas essas frentes expressam a disputa por um Estado a serviço da sociedade, e não do mercado.
Nos meses de setembro e outubro, a mobilização contra a Reforma Administrativa seguiu intensa. Em 2 de setembro, o Sindsef-SP participou da ação nacional nos aeroportos, com ato em Congonhas (SP) e em Brasília, alertando parlamentares de que “se votar, não volta”. O tema também pautou o seminário estadual realizado em 17 de setembro, convocado pelo Fórum dos Trabalhadores do Setor Público do Estado de São Paulo, para debater os impactos do projeto e organizar a resistência diante do avanço do texto na Câmara dos Deputados.
A Assembleia Estadual do Sindsef-SP, no dia 18 de setembro, reafirmou a importância da unidade da categoria na luta contra a Reforma, reunindo servidores ativos e aposentados de diferentes setores. A atividade também homenageou Wilson Honório da Silva, militante histórico do movimento negro e LGBT, que faleceu em 17 de setembro e teve papel marcante nas ações do sindicato.
Em 26 de setembro, o MTE realizou assembleia nacional virtual para discutir a “reforma silenciosa” em andamento, que vem esvaziando cargos e funções na pasta, e aprovou mudanças de estratégia na luta pela criação da Carreira de Mediação e Políticas Públicas de Trabalho e Emprego.
Entre os dias 20 de outubro e 26 de novembro foram realizadas as assembleias para eleição de delegados e delegadas do 29º Congresso do Sindsef-SP. A reforma administrativa ganhou destaque em todas elas.
Em 20 de outubro, servidoras e servidores da Funai se reuniram para debater os impactos da nova versão da Reforma Administrativa e eleger delegadas e delegados ao 29º Congresso Estadual do Sindsef-SP. Na ocasião, o servidor Marco Mitidieri apresentou um panorama da situação da Funai e comentou sobre a recomposição da Associação dos Indigenistas Associados (INA), entidade que cumpriu papel fundamental na resistência durante o governo Bolsonaro, e da qual ele e a servidora Isadora integram a atual diretoria.
Já em 24 de outubro, as servidoras e os servidores da Fundacentro realizaram assembleia virtual para discutir o texto da reforma, questões internas da Fundação e eleger representantes para a Comissão Interna (CIF) e para o 29º Congresso do Sindsef-SP.
Servidoras e servidores da Cultura participaram, no dia 29 de outubro, de uma assembleia virtual convocada pelo Sindsef-SP. O encontro tratou do avanço da Reforma Administrativa, do andamento da luta pelo Plano de Carreira, da reposição dos dias de greve e da eleição de delegadas e delegados para o 29º Congresso da entidade. As intervenções também trouxeram análises sobre o cenário político nacional e o fortalecimento da extrema direita, com destaque para o massacre recente que vitimou moradores das favelas no Rio de Janeiro.
Essas atividades fortaleceram o chamado à Marcha Nacional do Serviço Público, ocorrida no dia 29 de outubro, em Brasília. A caravana do Sindsef-SP se somou à cerca de 20 mil servidores que ocuparam a capital federal contra a Reforma Administrativa.
A marcha contou com a presença de servidores das três esferas – federais, estaduais e municipais – e de todas as centrais sindicais e entidades do funcionalismo, além de dezenas de parlamentares que compareceram ao caminhão de som para declarar posicionamento contrário à PEC.
A mensagem central do ato foi a defesa do serviço público como direito da população e não como privilégio de servidores. Representantes das categorias destacaram que a aprovação da PEC – que repete a lógica da PEC 32 de Bolsonaro – resultaria em mais terceirização, precarização, corrupção e redução da capacidade do Estado de atender demandas essenciais da população, em áreas como saúde, educação e assistência social.
A força das mobilizações do funcionalismo começou a produzir seus primeiros efeitos e parlamentares começaram a retirar suas assinaturas da proposta, colocando em xeque a continuidade da medida e mostrando que a luta é o caminho para barrar esse ataque.
No dia 31 de outubro, o Sindsef-SP publicou um artigo sobre a reforma administrativa explicando o que está em jogo para quem já se aposentou e para quem ainda depende do serviço público.
Novembro e dezembro: organização da luta
Dando sequência a rodada de assembleias convocadas pelo Sindsef-SP, no dia 04 de novembro, servidores da saúde (ex-Funasa), se reuniram para debater a Reforma Administrativa, questões específicas da categoria, além da eleição de delegados para o 29º Congresso do Sindsef-SP. Walter dos Santos, servidor do Ministério da Saúde e diretor do Sindsef-SP, e o delegado de base Willami de Andrade trouxeram relatos do ato realizado em frente ao Ministério da Saúde para cobrar reparação e justiça aos servidores da ex-Sucam. Além disso, entre os assuntos específicos também estava a Indenização de Campo, o registo de ponto, situações de assédio e pressão e a falta de pagamento da insalubridade para servidores que ainda trabalham com nebulização.
Aposentados e pensionistas da base do Sindsef-SP, reunidos em assembleia realizada no dia 7 de novembro, manifestaram nosso repúdio à política salarial do governo Lula, que mais uma vez deixa este setor à margem ao promover reajuste apenas no auxílio-alimentação, benefício que contempla exclusivamente servidores e servidoras da ativa. O manifesto foi divulgado nos veículos de comunicação do sindicato.
Já no dia 07 de novembro, o sindicato denunciou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, tenta acelerar tramitação da PEC da reforma administrativa.
Servidoras e servidores da área ambiental se reuniram na quarta-feira, 12 de novembro, em assembleia para tratar de informes gerais, Reforma Administrativa, pautas específicas do setor e da eleição de delegados ao 29º Congresso do Sindsef-SP. A atividade foi convocada pelo Sindsef-SP e Ascema SP/PR.
No dia 14 de novembro, o Sindsef-SP tornou público o caderno de resoluções do seu 29º Congresso, que inclui a proposta de regimento, resoluções sobre a conjuntura, combate às opressões e balanço das atividades do sindicato.
Servidoras e servidores do MTE/SP participaram, em 18 de novembro, de assembleia online para discutir pontos de interesse da categoria. Em pauta: informes gerais, reforma administrativa, informes sobre a última reunião da mesa de negociação, falta do departamento de RH na SRTE/SP e eleição de delegadas e delegados para o Congresso do Sindsef-SP.
No dia 26 de novembro, a assembleia unificada das servidoras e servidores da PGFN, INMET, ANTT, SPU, DNIT, ANM, AGU, DPU, MAPA, CONAB e demais órgãos que não realizaram encontros próprios encerrou o ciclo de assembleias promovidas pelo Sindsef-SP para a realização do seu 29º Congresso. Realizada em formato online, a atividade contou com informes gerais e também tratou da reforma administrativa e eleição de delegados para o congresso.
No dia 03 de dezembro, o Sindsef-SP convidou todos filiados para a Abertura e Mesa sobre Reforma Administrativa do seu 29º Congresso, que foram realizadas online.
Durante todo o ano, a atuação do Sindsef-SP combinou mobilização de base, análise crítica e articulação nacional.
O sindicato esteve presente em atos, seminários, audiências públicas e manifestações em Brasília e nos estados, produziu materiais informativos, participou de ações direcionadas aos parlamentares e manteve vigilância permanente sobre o governo e o Congresso.
As mobilizações de 2025 mostraram que, mesmo sem grandes conquistas imediatas, a categoria segue firme na defesa do serviço público, dos direitos sociais e da valorização dos trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas.
Principais ações do Sindsef-SP contra a Reforma Administrativa em 2025
- Denúncia nacional sobre o retorno da lógica privatista e do discurso de “modernização do Estado” nas falas do governo e de entidades empresariais como a Fiesp.
- Participação em protesto, como o ato em frente à Fiesp (24 de março), o ato nacional nos aeroportos (2 de setembro) e a Marcha Nacional do Serviço Público (29 de outubro).
- Campanha permanente de combate à Reforma Administrativa, articulada às pautas salariais e à defesa dos servidores e dos serviços públicos.
- Publicação do boletim especial “A nova reforma administrativa”, com análise crítica sobre o projeto e suas consequências para o serviço público.
- Palestras do advogado César Lignelli, explicando à base os principais pontos da PEC e seus impactos nas carreiras.
- Denúncia pública sobre o PL 3069/2025 e o PL 2585/2025, identificados como medidas complementares da reforma, que ampliam vínculos precários e metas produtivistas no serviço público.
- Alerta jurídico e político sobre a portaria do MGI que autoriza contratações temporárias via banco do CNU — apontada como avanço da reforma “por dentro” do Executivo.
- Informes semanais e materiais informativos produzidos e divulgados nas redes e boletins do sindicato, com foco em conscientizar a base e a sociedade sobre os impactos da reforma.
- Integração das pautas de aposentados e pensionistas, destacando que a reforma também ameaça benefícios, estabilidade e a previdência pública.
Combate ao Assédio Moral e Sexual
Março: dados alarmantes e debate público
O tema do assédio moral e sexual voltou com força à pauta do Sindsef-SP em 2025, impulsionado por dados nacionais e pela necessidade de ampliar o debate dentro do serviço público.
No dia 12 de março, o sindicato destacou levantamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que apontou crescimento de 35% nas ações judiciais sobre assédio sexual em um ano, saltando de 6.367 para 8.612 casos entre 2023 e 2024. A notícia serviu de alerta sobre a urgência de enfrentar a violência de gênero e as práticas abusivas nos locais de trabalho, majoritariamente contra mulheres.
O assunto também ganhou espaço no Seminário de Planejamento da Diretoria do Sindsef-SP, realizado entre 21 e 23 de março, que incluiu uma roda de conversa sobre o tema, relacionando assédio, desigualdade e cultura institucional. A discussão marcou o início de uma nova etapa da campanha do sindicato, voltada à conscientização e à criação de estratégias coletivas de enfrentamento.
Abril: lançamento da campanha permanente
O Sindsef-SP deu um passo decisivo em 10 de abril, ao lançar oficialmente novos materiais da campanha permanente de combate ao assédio moral e sexual durante a assembleia estadual das servidoras e servidores.
A iniciativa reforçou a necessidade de enfrentar práticas abusivas naturalizadas nos ambientes de trabalho e ampliou o escopo da atuação sindical ao incluir também o combate ao desvio de função.
O material, distribuído em formato digital e impresso, trazia orientações sobre como identificar e denunciar casos de assédio, destacando que o silêncio institucional favorece a impunidade.
Maio: continuidade do debate e integração com outras lutas
Em 7 de maio, o tema foi retomado durante a assembleia dos aposentados e pensionistas, que avaliou o balanço da campanha e reforçou que o combate ao assédio também é uma forma de garantir dignidade e respeito a todas as gerações do funcionalismo.
A reunião destacou que o assédio atinge não apenas quem trabalha na ativa, mas também quem enfrenta burocracias e negligências institucionais após a aposentadoria.
Ainda em maio, o sindicato uniu a campanha contra o assédio moral e sexual às pautas da Reforma Administrativa e da Campanha Salarial, destacando que o ambiente de trabalho adoecedor e autoritário é resultado direto das políticas de desmonte e precarização do serviço público.
As assembleias e reuniões realizadas no período apontaram a importância de que o enfrentamento ao assédio seja tratado como uma questão política, e não apenas disciplinar.
Julho e agosto: avanço legislativo e vigilância sindical
No dia 25 de julho, o Sindsef-SP destacou o Projeto de Lei 699/2025, apresentado pela deputada Dandara (PT-MG), que propõe mecanismos para prevenir e combater o assédio moral e sexual contra mulheres no ambiente de trabalho.
A data, que marca o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela, foi utilizada pelo sindicato para reafirmar o caráter interseccional dessa luta — envolvendo gênero, raça e classe.
Setembro e outubro: ações de base e fortalecimento institucional
Em 11/09, o MTE lançou a Cartilha Amarela sobre prevenção e combate ao assédio, outras violências e suicídio relacionado ao trabalho.
Em 16/10, no Museu Lasar Segall, a palestra “Saúde no trabalho, saúde mental, prevenção de doenças” (parceria Sindsef-SP/Ilaese) trouxe a pauta de ambientes de trabalho seguros, acolhimento e responsabilidade institucional.
O Sindsef-SP vem consolidando a campanha de Combate ao Assédio Moral e Sexual como uma das principais bandeiras políticas e educativas do Sindsef-SP em 2025. É importante registrar e encaminhar denúncias formais, garantindo proteção aos denunciantes e acompanhamento jurídico.
Luta contra a violência do Estado
Maio: justiça por Luiz Fernando e denúncia da violência policial
O Sindsef-SP iniciou o mês de maio acompanhando as lutas dos movimentos populares contra a violência do Estado.
No dia 12 de maio, o sindicato destacou a primeira audiência do caso Luiz Fernando, jovem negro de 20 anos executado em 2023 por policiais da ROTA, tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo.
Sob a mobilização da campanha #JustiçaPorLuizFernando, familiares e organizações sociais realizaram ato em frente ao fórum, exigindo responsabilização dos agentes envolvidos e o fim da impunidade em casos de violência policial.
O Sindsef-SP manifestou solidariedade à família e reafirmou seu compromisso com as lutas que denunciam o racismo institucional e a letalidade das forças de segurança, chamando atenção para o perfil das vítimas — em sua maioria jovens, negros e periféricos.
Junho: mobilização popular contra despejos e violência policial
Em 11 de junho, o sindicato noticiou o Ato Unificado contra Despejos e Violência Policial, realizado na Praça da República, em São Paulo, convocado pela Campanha Despejo Zero.
A manifestação reuniu movimentos populares de moradia, organizações sociais e ativistas que denunciaram as remoções forçadas e os despejos promovidos pelo poder público, além da repressão policial a comunidades urbanas e rurais.
O Sindsef-SP destacou que a luta contra os despejos está diretamente ligada à defesa dos direitos sociais e à construção de um Estado que priorize a vida, e não o lucro imobiliário.
Poucos dias depois, em 16 de junho, o sindicato noticiou a manifestação histórica em solidariedade ao povo palestino, realizada em São Paulo, com cerca de 30 mil pessoas exigindo o rompimento das relações do governo brasileiro com Israel.
O ato, considerado a maior manifestação pró-Palestina já realizada no país, reforçou a denúncia do genocídio em Gaza e o apoio aos povos vítimas de violência e ocupação.
No dia seguinte (17 de junho), o Sindsef-SP repercutiu a nota da Marcha Global a Gaza, que denunciava detenções e deportações de manifestantes pelo governo do Egito, conectando as lutas internacionais às pautas locais de direitos humanos e antirracismo.
Julho: resistência e solidariedade em tempos de violência
O mês de julho foi atravessado por novas expressões da violência institucional e pela resposta solidária das entidades de classe.
No dia 16 de julho, o Sindsef-SP publicou nota de pesar pela tragédia com estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), que morreram em um acidente a caminho do Congresso da UNE, em Porangatu (GO).
A nota lamentou as mortes e denunciou as condições precárias de transporte enfrentadas pelos estudantes brasileiros, destacando que a negligência do Estado também se manifesta na omissão diante da juventude que luta por educação pública.
Em 24 de julho, o sindicato destacou a ocupação do Incra em São Paulo e em mais de 20 estados, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outros movimentos do campo, durante a Semana Camponesa, em alusão ao Dia Internacional da Agricultura Familiar (25 de julho).
O texto enfatizou que as ocupações são respostas legítimas à lentidão da reforma agrária e à violência fundiária que atinge comunidades rurais, reafirmando a aliança histórica entre o Sindsef-SP e as organizações populares do campo e da cidade.
Durante a reunião do Conselho Deliberativo do Sindsef-SP, realizada em 26 de julho, o tema da violência de Estado foi debatido em conjunto com o tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, como símbolo das múltiplas formas de dominação e exploração — econômicas, políticas e policiais — que afetam os povos do Sul Global.
O sindicato reafirmou que a luta contra a violência não se restringe ao combate direto à repressão policial, mas envolve também o enfrentamento às estruturas econômicas que produzem desigualdade e exclusão.
Agosto: violência contra servidores e o papel do Estado
Em 1º de agosto, o Sindsef-SP denunciou a violência sofrida por fiscais do Ibama e da Polícia Civil de Goiás, atacados durante uma operação de fiscalização na Terra Indígena Sararé (MT).
O sindicato afirmou que o episódio escancara os riscos enfrentados por servidores públicos que atuam em defesa da lei e do meio ambiente, frequentemente expostos a ameaças e agressões por grupos criminosos.
A nota chamou atenção para a omissão do governo federal na proteção dos trabalhadores e para a necessidade de políticas concretas de segurança e valorização dos fiscais ambientais.
Outubro: luta pela proteção da juventude negra e periférica
Em 17/10, o sindicato divulgou que o relatório Unicef/FBSP apontou +120% de aumento (2022–2024) nas mortes de crianças e adolescentes por intervenção policial em SP — o sindicato denunciou a letalidade e cobrou políticas de proteção à juventude negra e periférica.
Novembro: A crise climática está ligada a formas históricas de violência
O Sindsef-SP pausou a 30ª Conferência do Clima (COP30), realizada em Belém. Na avaliação do sindicato, a conferência deixou a sensação de que o abismo entre o discurso climático e a realidade econômica do capitalismo nunca foi tão explícito. Embora parte da imprensa tenha concentrado sua cobertura em questões como logística, incêndio e “segurança”, o que realmente definiu a edição foi o protagonismo absoluto de setores mais poluentes, como o agronegócio. Por outro lado, as ruas de Belém revelaram aquilo que a estrutura oficial tentou silenciar: os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, agricultores familiares, trabalhadores urbanos e movimentos sociais são os verdadeiros protagonistas da defesa do clima.
A luta contra a violência do Estado continua como um eixo da atuação do Sindsef-SP, articulando solidariedade internacional, denúncia da repressão policial e defesa dos servidores ameaçados no exercício de suas funções.
O sindicato esteve presente nas ruas, ao lado de movimentos populares, denunciando a seletividade da justiça e a impunidade dos crimes cometidos por agentes públicos.
As notas, manifestações e ações de solidariedade deixam claro que defender a vida e os direitos humanos é também defender o serviço público.
Internacional
O Sindsef-SP manteve, ao longo de 2025, uma postura ativa de solidariedade internacional e defesa dos direitos humanos em escala global. As publicações do sindicato acompanharam a crescente mobilização mundial contra o genocídio do povo palestino, denunciando a ofensiva militar de Israel em Gaza e as violações sistemáticas de direitos cometidas contra a população civil.
Em junho, o sindicato divulgou informações sobre a maior manifestação já realizada no Brasil em apoio à Palestina, que reuniu cerca de 30 mil pessoas em São Paulo, exigindo o fim das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o governo israelense e o rompimento dos acordos que sustentam o apartheid e a violência na região.
O Sindsef-SP também destacou as denúncias da Marcha Global a Gaza, que expuseram as prisões e deportações arbitrárias de ativistas pelo governo do Egito, em meio à repressão aos movimentos internacionais de solidariedade.
Calendário de lutas e combate às opressões
Ao longo de 2025, o Sindsef-SP acompanhou e participou das principais datas de mobilização e campanhas sociais, articulando-as com a defesa dos serviços públicos, da democracia e dos direitos humanos. Cada data foi tratada como oportunidade de reflexão e de fortalecimento da luta coletiva das servidoras e servidores públicos.
O ano começou com a lembrança do Dia dos Aposentados (24 de janeiro), quando o sindicato destacou a importância dos servidores que dedicaram sua vida ao serviço público e continuam participando das mobilizações. A data também foi marcada por debates sobre aposentadorias, abono de permanência e a necessidade de valorização do segmento.
Em 8 de março, o Dia Internacional das Mulheres foi pautado nas assembleias e nas publicações do sindicato, mostrando o protagonismo das servidoras públicas na luta por igualdade e respeito, bem como a importância de ambientes de trabalho livres de assédio moral e sexual. As discussões sobre gênero, cuidado e políticas públicas estiveram no centro da mobilização, integrando-se à campanha permanente de enfrentamento ao assédio.
O 21 de março, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, foi lembrado com mensagens antirracistas e de valorização das lutas históricas da população negra, conectando as pautas raciais às lutas contra o autoritarismo e o desmonte do Estado. No mesmo mês, o 31 de março, Dia Nacional de Luta por Memória, Verdade e Justiça, foi resgatado como momento de reafirmação do compromisso com a democracia e de repúdio à violência institucional.
Em 1º de maio, o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora reuniu servidores e movimentos populares nas ruas e nas redes. O Sindsef-SP destacou que a luta por recomposição salarial e pela valorização do funcionalismo faz parte da luta mais ampla da classe trabalhadora contra o arrocho, a precarização e a retirada de direitos.
Durante o mês de maio, também foi lembrado o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia (17 de maio), quando o sindicato reforçou que a defesa do serviço público está ligada à construção de um Estado livre de todas as formas de discriminação, com políticas de respeito à diversidade sexual e de gênero.
Em junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) foi um marco importante, especialmente pela greve nacional da área ambiental. A data serviu de alerta sobre a necessidade de proteger o meio ambiente e valorizar os servidores que atuam nessa área, frequentemente expostos a condições precárias e à falta de reconhecimento.
O 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela, foi lembrado com destaque nas redes do Sindsef-SP, valorizando o papel das mulheres negras no serviço público e na luta sindical. A data também foi marcada pela denúncia do racismo institucional e da falta de representatividade nos espaços de poder.
Em agosto, o Dia Internacional dos Povos Indígenas (9 de agosto) foi abordado nas publicações do sindicato, reafirmando o compromisso com a defesa dos direitos originários e com as lutas contra o desmonte da Funai e do Incra.
5 de setembro marcou o Dia Internacional da Mulher Indígena (em memória de Bartolina Sisa) e o Dia da Amazônia, apontando a centralidade das lutas dos povos originários e da defesa do bioma.
Em outubro, as agendas do Dia do Servidor Público (28/10) e a Marcha Nacional do Serviço Público (29/10) se conectaram, projetando mobilização nas ruas por carreira, direitos e serviços públicos de qualidade.
Em 20 de novembro, o sindicato destacou que Brasil chegou a mais um Dia da Consciência Negra sob o impacto devastador da Operação Contenção, ação policial que deixou mais de uma centena de mortos nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, configurando a operação mais letal da história do país.
Sob esse cenário, aconteceu à 11ª Marcha da Periferia da Brasilândia, no dia 29 de novembro. Há onze anos, o protesto é um grito coletivo contra o racismo estrutural, a violência policial e a negligência do Estado com a vida e a dignidade das pessoas negras das periferias.
No dia 25 de novembro, Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, o Sindsef-SP publicou um boletim especial destacando que os dados mais recentes sobre a violência contra a mulher no Brasil, referentes ao ano de 2024 e divulgados em relatórios anuais demonstram que a violência contra as mulheres persiste em níveis alarmantes.
No mesmo dia, milhares de mulheres negras de todas as regiões do país ocuparam a Esplanada dos Ministérios na 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver. Dez anos após a primeira edição, que reuniu cerca de 50 mil participantes, a nova mobilização reafirmou a necessidade de combater o racismo estrutural, a violência de gênero e a precarização da vida que seguem determinando a realidade das mulheres negras no Brasil.
O Sindsef-SP demonstra que a amplitude da atuação sindical vai além das pautas corporativas e abraça as lutas sociais mais amplas.
Café com lutas
O videocast e podcast Café com Lutas chegou ao seu 7º episódio debatendo o sistema MinC e o papel do Estado na promoção da Cultura.
As servidoras Corina Moreira, Gladys Sales e Fernanda Gibertoni, e o servidor Paulo Penna – todos de órgãos vinculados ao Ministério da Cultura em São Paulo – falaram sobre os desafios e a relevância do trabalho da categoria, que em 2025 protagonizou uma importante greve pela valorização.
O episódio abordou a trajetória do Sistema MinC, a atuação dos órgãos vinculados e o papel fundamental do Estado na promoção de políticas culturais que preservam a memória, as artes, o patrimônio e a diversidade cultural brasileira.
SindDicas
Em 2025, o SindDicas seguiu como um projeto criativo e formativo do Sindsef-SP, reunindo semanalmente dicas culturais indicadas pelos coletivos de base. O projeto seguiu divulgando sugestões de filmes, livros, músicas, peças de teatro e exposições que dialogam com temas sociais, culturais e ambientais, fortalecendo a formação crítica e a valorização da arte e da diversidade.
Entre as indicações do ano, estiveram o filme Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, e o longa Pureza, estrelado por Dira Paes, que reacendeu o debate sobre o combate ao trabalho escravo contemporâneo. Nas sugestões de leitura, destaque para Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, e Ideias para Adiar o Fim do Mundo, de Ailton Krenak, obras que abordam a resistência, a desigualdade social e a relação entre humanidade e natureza.
Em setembro e outubro, o SindDicas apresentou novas sugestões culturais que movimentaram a cena paulistana. A Virada Sustentável, que celebrou 15 anos, reuniu shows, exposições e debates gratuitos em vários pontos da cidade. No teatro, o destaque foi o espetáculo Quando Ismália Enlouqueceu, na Biblioteca Mário de Andrade. Já o Festival de Cultura Popular, realizado entre 7 e 12 de outubro no Centro Cultural São Paulo (CCSP), ofereceu mais de 50 atrações gratuitas entre música, teatro, cinema e oficinas.
Entre mais de 100 dicas culturais, outros eventos lembrados foram o São Paulo Food Film Fest (13 a 23 de novembro), que une cinema e gastronomia; a comemoração dos 32 anos do Espaço Petrobras de Cinema, no dia 6 de outubro, com a promoção “meia em dobro”; o Festival Mário de Andrade, realizado de 24 a 26 de outubro, que celebrou o centenário da Biblioteca Mário de Andrade com programação literária e artística gratuita; além da Festa do Livro da USP, que reuniu 210 editoras com descontos a partir de 50%, ampliando o acesso à leitura e à produção editorial.
O cinema teve presença constante no SindDicas, com a divulgação da 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, incluindo sessões extras de filmes em realidade virtual no CineSesc, e da 11ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo, que destacou marcos históricos como os 80 anos da vitória sobre o nazifascismo e os 50 anos de carreira do cineasta Karen Shakhnazarov. Também foi divulgada a criação do Cinema Bienal, no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, viabilizada com recursos da Lei Paulo Gustavo, ampliando o acesso a produções audiovisuais em um espaço simbólico da cidade.
O projeto também apresentou exposições e eventos voltados à reflexão crítica sobre informação, memória, direitos humanos e diversidade cultural, como a exposição Notícias falseadas: o poder da mentira, no Instituto Cervantes de São Paulo, que propôs uma imersão histórica sobre as fake news e seus impactos na era digital; a retrospectiva Fotografia Agnès Varda Cinema, no IMS Paulista; e a exposição Lasar Segall: sempre a mesma lua, no Museu Judaico de São Paulo, ambas em cartaz até 2026.
No Mês da Consciência Negra, o SindDicas destacou manifestações artísticas que reforçaram as lutas e conquistas da população negra, como o Festival de Samba Saudosa Maloca, realizado no Galpão da Vila Itororó, além de uma seleção de atividades culturais realizadas no dia 20 de novembro. Ainda em novembro, foi divulgada a programação do DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos, que ocupou diversos espaços culturais da capital com atividades gratuitas sob o tema “Memória, Terra e Liberdade”, assim como o Festival de Dia dos Mortos, no Memorial da América Latina, que celebrou a cultura latino-americana.
Com essa curadoria diversa e contínua, o SindDicas consolidou-se, em 2025, como um espaço de circulação cultural, estímulo à formação crítica e fortalecimento do vínculo entre os servidores públicos, a cidade de São Paulo e a produção artística comprometida com a transformação social.
Nossa Gente
Em 2025, o Sindsef-SP deu continuidade ao Projeto Nossa Gente, lançado há quatro anos como parte do Projeto de Comunicação Popular. O objetivo do projeto é reconhecer e valorizar as pessoas que contribuíram para a construção e o fortalecimento do sindicato, preservando suas histórias e memórias de luta.
Neste ano, o espaço prestou homenagem a Jonas de Paula, servidor do Ministério da Saúde e membro do Conselho Deliberativo do Sindsef-SP, que faleceu no dia 16 de março. A publicação destacou sua trajetória de compromisso com o serviço público e sua dedicação às causas coletivas.
Deu na mídia
Em 2025, o Sindsef-SP manteve a divulgação constante de matérias e informes produzidos por veículos de comunicação alternativos, institucionais e da grande imprensa. Foram compartilhadas notícias de veículos como o Brasil de Fato, a Auditoria Cidadã da Dívida, o Diap e o Congresso em Foco, além de fontes oficiais como o STF, o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) e a OAB, e da imprensa tradicional, como a Folha de S. Paulo, o Correio Braziliense, o Extra (RJ), dentre outros.
As publicações destacadas ao longo do ano abordaram temas de grande relevância para o funcionalismo e para o conjunto da classe trabalhadora, como a valorização do salário mínimo, a abertura de novos concursos públicos, o avanço da Reforma Administrativa, as mudanças previdenciárias e as decisões judiciais com impacto direto sobre os direitos da categoria. O Sindsef-SP também repercutiu debates sobre a composição e a execução do Orçamento Federal de 2025, o reajuste dos servidores, as políticas de carreira e as disparidades salariais entre os Três Poderes.
Nesse contexto, o sindicato deu visibilidade a decisões e discussões no âmbito do Judiciário e do Legislativo que impactam diretamente a vida funcional dos servidores, como o entendimento do STF de que o período de licença-maternidade deve ser computado como tempo de efetivo exercício durante o estágio probatório, garantindo direitos às servidoras públicas. Também foram repercutidos debates sobre critérios de avaliação de desempenho, com alertas de especialistas para a necessidade de apoio técnico e profissional nesses processos, e o julgamento, pelo STF, sobre a possibilidade de ingresso em níveis mais altos da carreira por servidores que já possuem titulação acadêmica superior à exigida para o cargo.
O Sindsef-SP acompanhou ainda pautas relacionadas à ampliação e à proteção de direitos sociais, como a aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto que institui a licença menstrual de até dois dias para mulheres com sintomas severos, além da tramitação de propostas voltadas à redução da jornada de trabalho, como a PEC que extingue a escala 6×1. No campo previdenciário, o sindicato repercutiu a aprovação, no Senado Federal, do projeto que regulamenta a aposentadoria especial de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias.
Outro destaque foi o acompanhamento das medidas do governo federal relacionadas à gestão de pessoal, incluindo a promessa do MGI de encaminhar projeto de lei para regulamentar o direito de greve no serviço público, a publicação de portarias que alteram regras de alocação, mobilidade, desenvolvimento e avaliação de desempenho dos servidores federais, bem como a convocação de milhares de candidatos aprovados no Concurso Nacional Unificado (CNU), com impacto direto na recomposição da força de trabalho no serviço público.
A entidade também deu ampla visibilidade ao andamento da Reforma Administrativa, alertando a categoria sobre a decisão de levar a PEC 38/2025 diretamente ao plenário da Câmara dos Deputados, sem passar pelas comissões, o que reduz o espaço de debate público e amplia os riscos de retirada de direitos. No mesmo sentido, foram divulgadas análises sobre a extinção de cargos públicos, a precarização de vínculos e o crescimento de contratações temporárias.
Além das pautas estruturais, o Sindsef-SP divulgou informações de interesse imediato da base, especialmente alertas sobre golpes e fraudes que têm atingido servidores e trabalhadores em geral. Foram repercutidos comunicados da Geap e da OAB sobre tentativas de fraude, como o golpe do falso advogado, que utiliza dados reais de processos judiciais, além de reportagens que apontam prejuízos bilionários causados por essas práticas. Também foram divulgadas informações sobre propostas que envolvem o crédito consignado e o comprometimento da renda dos trabalhadores.
Com essa cobertura contínua e qualificada, o Sindsef-SP aproximou os servidores públicos das pautas nacionais, dos debates legislativos e das decisões judiciais que impactam o serviço público, fortalecendo a formação crítica, a circulação de informações confiáveis e a mobilização consciente da categoria.
Notas de pesar e solidariedade
Em 2025, o Sindsef-SP expressou seu luto e solidariedade em diferentes momentos, acompanhando perdas significativas para a categoria e para o movimento social.
Em 14 de janeiro, foi publicada a nota de pesar por Elvira Gentil, irmã da diretora Beth Lima, reconhecida atriz e produtora teatral, falecida aos 94 anos após uma vida dedicada à arte e à cultura.
No dia 12 de março, o sindicato lamentou a morte de Igor Haifig, filho da servidora aposentada e ex-diretora Luzia Haifig, vítima de um câncer agressivo.
Poucos dias depois, em 16 de março, a entidade comunicou o falecimento de Jonas de Paula Custódio, servidor do Ministério da Saúde (ex-Funasa) e membro do Conselho Deliberativo do Sindsef-SP, lembrado como um companheiro presente em todas as lutas da categoria.
No dia 21 de março, o sindicato divulgou a nota de pesar por João José de Oliveira, marido da servidora aposentada e diretora Nadir Claro Bueno Oliveira, falecido aos 78 anos.
Em 25 de março, foi publicada uma nota de solidariedade ao PSTU pela perda do companheiro Américo, manifestando apoio a seus familiares e camaradas.
Em 3 de abril, o Sindsef-SP comunicou o falecimento de José Antonio Martins, intelectual comprometido com o movimento operário e com as causas da classe trabalhadora.
Já em 29 de maio, foram divulgadas duas notas: uma pelo falecimento de Solange Cesar Vilardi Martini, aos 81 anos, e outra por Manoel Eduardo Ponce, servidor aposentado do Ministério da Saúde e sindicalizado desde 1991.
Em 16 de julho, o sindicato manifestou pesar pela tragédia com estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), vítimas de um acidente a caminho do Congresso da UNE, que resultou em cinco mortes.
No dia 29 de julho, foi publicada a nota de pesar por Ivanilde Pereira, servidora aposentada da Funai e ex-diretora do Sindsef-SP, falecida aos 72 anos, lembrada por sua trajetória de dedicação à categoria.
Em 17 de setembro, o Sindsef-SP prestou homenagem e publicou a nota de pesar “Wilson Honório da Silva, presente!”, lamentando a morte do professor e militante histórico do movimento negro, LGBT e socialista. Wilson foi uma referência nas lutas por igualdade e justiça social e colaborou em diversas iniciativas de formação política do sindicato.
Por fim, em 11 de outubro, o sindicato comunicou o falecimento de Aparecido Pereira de Almeida, servidor lembrado com respeito e gratidão por sua contribuição ao serviço público e ao coletivo sindical.
No dia 25 de novembro, foi informado o falecimento da Profª. Drª. Linda V. E. Caldas, servidora do Ipen, referência nacional e internacional na área de metrologia das radiações ionizantes e pesquisadora de grande relevância para a ciência e para o serviço público brasileiro.
Em todos esses momentos, o Sindsef-SP reafirmou seu compromisso com a solidariedade e o acolhimento, mantendo viva a memória de quem dedicou sua vida à luta pelos direitos e à construção de um serviço público comprometido com o bem comum.




