Neste 28 de junho de 2025, Dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+, o Sindsef-SP reafirma seu compromisso com a defesa do direito de existir, viver e lutar contra as opressões e a exploração. A data marca a Revolta de Stonewall, em 1969, quando travestis, lésbicas, gays e pessoas marginalizadas enfrentaram a repressão policial e deram origem a um movimento internacional de resistência. Orgulho, desde então, é mais que comemoração: é um ato político.
Pelo fim da violência LGBTfóbica
A realidade da população LGBTQIA+ no Brasil ainda é marcada por violência, exclusão e precarização. O país segue entre os que mais matam pessoas LGBTQIA+ no mundo. Segundo o Atlas da Violência, os ataques contra travestis aumentaram 2.340% em uma década. Os números são alarmantes, e ainda assim subnotificados.
Essa violência começa cedo. 90% dos jovens LGBTQIA+ relatam ter sofrido agressões nas escolas, o que resulta em evasão e impacto na saúde mental. No mercado de trabalho, essa população ocupa os postos mais precarizados, com alta informalidade, assédio e risco de desemprego. Para travestis e mulheres trans, a prostituição ainda é a única alternativa para sobreviver.
O cinismo dos governos e das empresas
Enquanto a violência cresce, governos e grandes empresas estampam bandeiras coloridas em junho, mas se omitem ou mesmo reforçam os ataques no cotidiano. O governo Bolsonaro, com seu discurso de ódio, institucionalizou a LGBTfobia. Já o atual governo Lula, embora eleito com apoio dos setores oprimidos, recuou diante de compromissos com o movimento LGBTQIA+.
Através do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o atual governo tem lançado ações pontuais, como editais para promover inclusão de pessoas LGBTQIA+ no mercado, mas insuficientes diante de uma realidade de violência, preconceito e discriminação.
O programa de atenção à saúde de pessoas trans no SUS foi engavetado, e o novo documento de identidade manteve os campos de “sexo” e “nome social”, ignorando as demandas por reconhecimento de identidade. Além disso, o Arcabouço Fiscal impõe cortes e precariza ainda mais os serviços públicos, essenciais para a população LGBTQIA+.
Direitos, visibilidade e serviços públicos
O Sindsef-SP entende que a luta por direitos LGBTQIA+ deve estar integrada à defesa dos serviços públicos e da classe trabalhadora. A LGBTfobia, assim como o racismo, o machismo e a xenofobia, dividem e enfraquecem a luta coletiva, ao mesmo tempo em que aprofundam a exploração.
Por isso, o sindicato atua em marchas, paradas e manifestações, exige políticas públicas afirmativas, reconhecimento de identidades de gênero e a criminalização efetiva da LGBTfobia. E faz isso com independência de classe, enfrentando governos e patrões.
Viva a Revolta de Stonewall!
A Revolta de Stonewall foi um grito de quem não tinha mais nada a perder. E ainda hoje, esse espírito de rebeldia é necessário. Porque os ataques continuam, a exploração se aprofunda e a opressão segue sendo uma engrenagem do sistema capitalista.
Orgulho é resistência!
Por um mundo sem opressão e sem exploração!