A partir deste sábado (6 de setembro de 2025), São Paulo se transforma em um caldeirão de arte e pensamento com a 36ª Bienal de Arte — a maior mostra artística do país — que vai até 11 de janeiro de 2026 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, dentro do Parque Ibirapuera. E o melhor: entrada gratuita durante todo o período.
O tema “Nem Todo Viandante Anda Estradas – Da Humanidade como Prática” nasce de um poema da incrível Conceição Evaristo, que será lido na abertura. A partir daí, a curadoria de Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, com apoio de Alya Sebti, Anna Roberta Goetz, Thiago de Paula Souza e Keyna Eleison, propõe que a escuta ativa da humanidade se torne prática constante — um movimento como o dos pássaros em migração, transportando memórias, línguas e experiências entre geografias.
O espaço expositivo, criado pelos arquitetos Gisele de Paula e Tiago Guimarães, é sensorial e fluido, com paredes coloridas e tecidos ondulados que guiam o visitante como se fosse o curso de um rio — um convite à pausa, ao encontro e à travessia pessoal.
Artistas em destaque
Aqui estão 15 nomes emblemáticos da edição para você observar de perto — perfis pensados para trazer diversidade de linguagens, trajetórias e provocações:
- Adama Delphine Fawundu
Artista e fotógrafa nascida em 1971, radicada em Nova York — investiga diásporas africanas através de autorretratos e colagens. - Adjani Okpu-Egbe
Nascido em 1979 em Kumba (Camarões) e atualmente em Londres — mistura pintura, performance e instalação em obras sobre identidade e autoria. - Aislan Pankararu
Brasileiro de Petrolândia (1990), vivo em São Paulo — explora ancestralidades indígenas por meio de pintura, escultura e grafismos. - Akinbode Akinbiyi
Nascido em Oxford (1946), mora em Berlim — renomado fotógrafo documental, documenta a vida urbana africana em cidades como Lagos e São Paulo. - Alain Padeau
De Saint-Denis (Reunião), 1956 — trabalha entre Reunião e França, com esculturas e instalações que dialogam com ecologia e memória coletiva. - Alberto Pitta
Baiano nascido em 1961 — escultor sensível à cultura afro-brasileira, com trabalhos performáticos e autorreferenciais. - Aline Baiana
Nascida em 1985 em Salvador; transita entre Salvador, Rio e Berlim — sua pesquisa cruza pintura, fotografia, narrativa e corpo negro em perspectiva feminista. - Amina Agueznay
Marroquina de Casablanca (1963), vive entre lá e Marrakech — apresenta cerâmicas e instalações que misturam artesanato, design e memória cultural. - Juliana dos Santos
Artista brasileira que trabalha com pigmentos naturais em tecidos; em São Paulo, suas peças mudam de cor ao longo da Bienal, símbolo da impermanência. - Precious Okoyomon
Poeta e artista visual radicada em Nova York (32 anos) — cria jardins vivos com plantas que florescem e murcham, propondo uma estética da mudança. - Rebeca Carapiá
Baiana de 37 anos — escultora e gravadora que usa metais como ferro, cobre e carbono para discutir racismo ambiental; apresenta Como Criar Raízes Aéreas. - Tanka Fonta
Camaronês de 59 anos — poeta, compositor e artista visual; sua obra Filosofias do Ser… envolve tecido e mural, refletindo sobre linguagem e consciência. - Nádia Taquary
Artista baiana presente em exposições como “Dos Brasis” e “Um defeito de cor”; sua presença na Bienal reforça a força da cultura africana no Brasil. - Rebeca Carapiá
(Repetida propositalmente? Ops, já citada — ok, vou respeitar e emendar) Wolfgang Tillmans
Fotógrafo globalmente reconhecido, cujas imagens desafiam percepção e trazem questionamentos sobre representação. - Óscar Murillo
Artista colombiano cuja prática expande-se entre pintura, instalação e performance, frequentemente incorporando materiais do cotidiano.
Esses perfis refletem só uma fração do que te espera. A Bienal traz 120 artistas no pavilhão principal, e ainda mais cinco na Casa do Povo.
Por que essa Bienal vale (muito) sua visita?
É um convite à reinvenção: ao invés de um roteiro linear, a expografia sugere caminhos sinuosos e sensações instáveis, certezas podem evaporar.
A arte é mutante: há obras vivas, que se transformam com o tempo (como Jardins que morrem, cores que oxidam).
É politicamente urgente: arte que cruza raça, migração, ecologia, ancestralidade e corpos. Tudo isso em diálogo estético e social.
Abre espaço ao comum: no topo do pavilhão, na Casa do Povo, rolam performances e conversas para expandir horizontes.
Serviço
O quê: 36ª Bienal de São Paulo — “Nem Todo Viandante Anda Estradas – Da Humanidade como Prática”
Quando: 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026
Onde: Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera (Portão 3), São Paulo
Quanto: Entrada gratuita
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