6ª Marcha da Periferia da Brasilândia acontece neste sábado, 28

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Neste sábado, 28 de novembro, acontece a 6ª Marcha da Periferia da Brasilândia. A atividade começa a partir das 14h, na praça próxima ao mercado Kanashiro. A organização ressalta que a pandemia não acabou, portanto, é preciso usar máscara, álcool gel e manter o distanciamento seguro. Confira o documento da marcha!

 

 

 

 

 

 

6ª MARCHA DA PERIFERIA DA BRASILÂNDIA

Novembro de 2020

 

Somos um dos bairros mais negros da cidade, no país com mais negros fora da África e um dos mais ricos do mundo – São Paulo, inclusive, é a cidade mais rica da América Latina. No entanto, somos marcados por uma enorme desigualdade social: segundo o último Mapa da Desigualdade*, a Brasa está entre os bairros onde as condições de vida são as mais precarizadas:

·  Somos o 3º bairro da cidade onde mais morrem jovens por homicídio;

 ·  Em cada 10 moradores, menos de 1 tem emprego com carteira assinada – essa é a 4ª maior taxa da cidade;

·  Mais de 25% das pessoas mora em favelas, o 6º maior índice;

·  Somos o 4º bairro com maior mortalidade infantil, sem falar da diferença da expectativa de vida daqui e dos bairros nobres;

·  O acesso ao transporte público de qualidade é nulo – demoramos 4x mais que os moradores do centro no transporte até chegar no serviço, e o prometido metrô, se depender dos governantes e da empresa envolvidos, já virou lenda;

·  A diferença do acesso a espaços de cultura da prefeitura ou do município também é gritante: 52x maior nos bairros onde residem as classes altas, de maioria branca.

Há muito tempo vivemos com essas desigualdades em nosso dia-a-dia, mas durante a pandemia a situação ficou ainda pior: as condições para prevenção e tratamento do Covid não foram garantidas, muito menos a quarentena. Além do número gritante de óbitos, aumentou a fome, o desemprego, a violência policial e a violência contra as mulheres, muitas deles negras e chefes de família.

Muito longe de ser coincidência ou falta de capacidade e esforço, a população negra não vive nos bairros com menor qualidade de vida por destino. Esse cenário, além de fruto de uma abolição da escravidão sem qualquer reparação ao nosso povo, é também a base do funcionamento do capitalismo no Brasil. A elite, junto com Bolsonaro, Dória, Covas e todos que governam a seu serviço, tem o interesse não só de manter a situação como está, mas em descontar a crise em nossas costas, pois é assim que sustenta seus privilégios.

Porém, se os donos do poder acham que por meio dessas dificuldades anulam a nossa potência, mal sabem eles que herdamos a capacidade de luta dos nossos antepassados. Ela nos dá forças para garantir o pão de cada dia e para nos organizarmos, seja no futebol ou no funk, nas igrejas ou associações de moradores, promovendo assim nossa solidariedade de classe nos momentos de crise. Além disso, essa garra nos dá condições de enfrentar batalhas coletivas ainda mais grandiosas.

Sabendo do perigo dessa herança de luta por terra, moradia, emprego, saúde e educação é que Bolsonaro indicou o capitão do mato Sérgio Camargo para presidir a Fundação Palmares, que desde que tomou posse tenta falsificar e destruir nossa história.

Ao contrário disso, defendemos que a luta de Zumbi e Dandara dos Palmares ainda hoje faz sentido. Por isso, ecoamos e atualizamos sua mensagem: é preciso a união e organização dos nossos em defesa de uma sociedade sem exploração, racismo, machismo e lgbtfobia.

Venha conhecer e participar do Comitê Brasilândia Nossas Vidas Importam, um coletivo de moradores e amigos do bairro que debate e realiza ações ligadas aos temas e problemas que mais afetam nossa realidade.

 

*Dados disponíveis em: https://www.nossasaopaulo.org.br/

 

Comitê Brasilândia Nossas Vidas Importam – @brasilandiaemluta

 

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