Marcha Global a Gaza denuncia intensificação de detenções e deportações pelo governo do Egito

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A Marcha Global a Gaza denunciou na segunda-feira (16) a intensificação da repressão do governo do Egito contra participantes do movimento, que denuncia o genocídio e o bloqueio humanitário imposto por Israel em Gaza. Em nota nas redes sociais, foi informado que, no final de semana, vários manifestantes foram presos em hotéis e nas ruas do Cairo.

Entre os atingidos, estão coordenadores do movimento como Saif Abukeshek, que foi detido ilegalmente e, nesta segunda-feira (16), processado para deportação. Outro líder também foi submetido ao mesmo procedimento. Há informações de mais ativistas detidos, que a Marcha exige que sejam libertados imediatamente.

As detenções ocorreram, ressalta a coordenação do movimento, mesmo diante do cumprimento rigoroso da legislação egípcia pelos participantes, que haviam deixado claro em comunicados à imprensa e nas redes sociais que não haveria novas ações no país.

“Mesmo enquanto acompanhamos esses desdobramentos, nossa maior preocupação continua sendo com o povo de Gaza, que enfrenta um sofrimento inimaginável”, declarou Abukeshek antes de ser deportado. “Nosso movimento global para pôr fim ao genocídio do povo palestino não será interrompido. Novas ações e iniciativas já estão em andamento”, disse.

Governo egípcio é cúmplice de Israel

A repressão, desencadeada desde a chegada das delegações internacionais na semana passada, evidencia a colaboração direta do governo do presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi com a política de cerco e massacre promovida por Israel.

Em seu relato diário sobre a Marcha Global a Gaza, a delegação da CSP-Conlutas – composta por Fábio Bosco, Herbert Claros, Magno de Carvalho e o integrante da Frente Palestina São Paulo Mohammad Kadri – que está no Cairo e também está impedida de seguir rumo à fronteira com Rafah, denunciou a conivência da ditadura de Al-Sisi com o genocídio do povo palestino.

O Egito, que controla a fronteira de Rafah, ponto essencial para a entrada de ajuda humanitária em Gaza, mantém a passagem fechada e reprime qualquer ação internacional de solidariedade, denunciaram.

Segundo relatos e imagens compartilhadas nas redes, a ação das autoridades egípcias, além de detenções arbitrárias e deportação de ativistas, incluiu o roubo de pertences e agressões por parte da polícia.

“O governo egípcio agiu como aliado estratégico de Israel, atendendo à exigência do Estado sionista de impedir tanto a Marcha quanto o Comboio Sumud de se aproximarem da Faixa de Gaza. O motivo é claro: Israel busca evitar que a Marcha se torne, assim como a recente Flotilha da Liberdade, um símbolo global de solidariedade ao povo palestino e uma denúncia do cerco criminoso que impõe à população de Gaza”, analisou o integrante do Setorial Internacional da CSP-Conlutas Herbert Claros.

A caravana conhecida como Comboio Sumud, que havia partido da Tunísia transportando ativistas da Tunísia, Argélia, Marrocos e Mauritânia, foi detida na sexta-feira (13) na entrada de Sirte, cidade na Líbia sob controle de forças leais ao comandante militar Khalifa Haftar.

Cobrança às embaixadas no Cairo

Diante das detenções, o movimento emitiu um apelo urgente à comunidade internacional: que todas as pessoas com cidadania de países com representantes detidos entrem imediatamente em contato com suas embaixadas no Cairo. A exigência é clara: garantir a passagem segura dos participantes e a libertação imediata dos detidos.

Na quinta-feira, a CSP-Conlutas enviou uma carta à embaixada brasileira solicitando o apoio para que a delegação pudesse seguir viagem.

A Marcha Global a Gaza reforça que sua missão continua, e que a repressão não impedirá o avanço da mobilização internacional contra o genocídio em Gaza e pela libertação do povo palestino.

Os organizadores da Marcha Global a Gaza reiteram que a luta não acabou. “Essas são pessoas que se recusaram a ficar paradas enquanto o direito internacional é violado e um genocídio é perpetrado contra os palestinos”, afirmou Melanie Schweizer, advogada alemã e co-organizadora da marcha. “Agiram de forma pacífica, dentro da lei, para defender os princípios que o mundo diz defender”.

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