Em exibição no Centro Cultural São Paulo (CCSP), o filme “O Silêncio das Ostras”, do diretor Marcos Pimentel, é uma poderosa obra de ficção que mergulha nas profundezas de uma das maiores tragédias sociais e ambientais da história recente do Brasil: a devastação causada pela mineração em Minas Gerais.

Com exibições às 19h20 nos dias terça, quarta, sexta, sábado e domingo, o longa acompanha a trajetória de Kaylane, uma menina que cresce em uma vila de operários de mina e precisa lidar com a dor de inúmeras perdas ao longo da vida. A narrativa acompanha a personagem em três fases — infância, vida adulta e velhice — e retrata sua luta silenciosa por sobrevivência, dignidade e sonho, mesmo em meio ao colapso de tudo ao redor.

O diferencial do filme está na fusão entre a ficção e a realidade: cenas dramáticas são intercaladas com imagens documentais chocantes dos desastres provocados por grandes mineradoras, como os de Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Filmado em locais reais atingidos por essas tragédias, como Paracatu de Baixo e Machipó, o longa ecoa o sofrimento das populações atingidas e cobra responsabilidade dos agentes públicos e privados.

Com 127 minutos de duração, classificação indicativa de 12 anos e distribuição da Olhar Distribuição, O Silêncio das Ostras já passou por festivais internacionais e vem emocionando plateias dentro e fora do Brasil. O impacto é imediato: o filme comove, revolta e convida à reflexão sobre os rumos de um país onde comunidades inteiras seguem sendo tratadas como descartáveis em nome do lucro.

O Sindsef-SP recomenda a ida ao CCSP (Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo) para assistir a essa obra que transforma dor em arte e poesia em denúncia. Em tempos de tantas violações, é urgente dar visibilidade a quem resiste — mesmo em silêncio.

Informações: www.circuitospcine.com.br/filmes/o-silencio-das-ostras/