Como parte do calendário de mobilização contra a Reforma Administrativa, representantes de diversas entidades sindicais e parlamentares participaram, em 8 de julho, de um seminário convocado pela Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, em Brasília. O objetivo foi construir, com urgência, uma mobilização unificada capaz de enfrentar o projeto em curso no Congresso Nacional, que ameaça desmontar o Estado e retirar direitos históricos dos servidores públicos.
Durante o evento, foi denunciado que a proposta elaborada pelo Grupo de Trabalho coordenado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), retoma a essência da PEC 32, enviada pelo governo Bolsonaro em 2020, derrotada nas ruas e no parlamento em 2021. Agora, sob outra roupagem e com apoio do governo Lula, volta a avançar.
A proposta em elaboração não busca melhorar os serviços públicos nem enfrentar privilégios. Ao contrário, o que está em jogo é a entrega do Estado à iniciativa privada, que trata direitos sociais como mercadoria. Setores como Saúde, Educação e Previdência estão na mira dos interesses empresariais, que pressionam por mais espaço para lucrar em cima das necessidades da população.
A mobilização precisa ser agora. Os próprios servidores alertam que o governo federal já tem implementado uma espécie de “Reforma Administrativa por partes”, por meio de medidas infralegais, sem debate público nem enfrentamento institucional.
Atos nos corredores da Câmara e aeroportos
Ao fim do seminário, dezenas de servidores e servidoras ocuparam os corredores da Câmara dos Deputados, em um ato simbólico e combativo. Pela manhã, a mobilização já havia começado no aeroporto de Brasília, onde parlamentares foram recepcionados com faixas e palavras de ordem. A tática — que marcou a resistência vitoriosa à PEC 32 em 2021 — está de volta às ruas e corredores do Congresso.
Durante o protesto, servidores denunciaram o verdadeiro conteúdo da proposta: facilitar a privatização dos serviços públicos e favorecer empresários bilionários. Em coro, ecoaram gritos como: “Serviço público não é mercadoria!”, diante do gabinete de Hugo Motta.
A reforma administrativa representa um ataque frontal aos serviços públicos e aos direitos dos servidores. É preciso fortalecer a mobilização nas ruas, nas redes e nos locais de trabalho. Reforma administrativa não!
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