21 Dias de Ativismo Contra o Racismo | Carolina de Jesus, “Ninguém vai apagar as palavras que escrevi”

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No dia 01/03, o sindsef-SP se somou à campanha de “21 dias de ativismos contra o racismo”. Organizada de forma coletiva por movimentos de resistência e combate ao racismo, foi pensada para marcar o dia 21 de março – Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao “Massacre de Sharpeville”, quando o regime racista na África do Sul, assassinou 69 pessoas e feriu cerca de 200 outras, que participavam de um protesto pacífico contra a Lei de Passe, que ditava onde a população negra poderia circular.

Nos próximos 21 dias, o Sindsef-SP vai trazer publicações com a temática antirracista. O primeiro texto da série busca ampliar a visibilidade da homenagem póstuma que a autora Carolina de Jesus recebeu da Universidade Federal do Rio de janeiro.  

Carolina Maria de Jesus, “Ninguém vai apagar as palavras que escrevi”

Carolina Maria de Jesus, mulher preta, favelada, conquistou o título de Doutora Honoris Causa. A honraria, que significa “por causa de honra”, é concedida independentemente da instrução educacional a quem se destacou por suas virtudes e atitudes. Os agraciados passam a ser reconhecidos igualmente àqueles que concluíram um doutorado acadêmico.

O Conselho Universitário, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), reconhece a jornada de luta e coragem dessa escritora. Carolina ganhou visibilidade, com o livro Quarto de Despejo, onde narra o cotidiano na favela e a luta pela sobrevivência como catadora de “lixo”, na capital paulista. 

Esses registros foram feitos nos cadernos usados, que recolhia enquanto exercia seu oficio de catadora. Para a escritora Conceição Evaristo, as obras de Carolina abrem “a possibilidade essa autoria nascer de dentro, nascer de quem vive, e não somente de quem contempla”. 

Trechos de Quarto de Despejo, sua obra mais famosa, mostram que a moradora da favela do Canindé também chegava a buscar restos de alimento nas feiras e até no lixo quando era preciso. Esses relatos de Carolina poderiam ser dos dias atuais, de mulheres que estão em situação social de abandono e vulnerabilidade. 

Carolina galgou mais um degrau na luta antirracista com essa homenagem, que é um importante passo no combate ao apagamento das histórias marcantes de tantos negros e negras.

De acordo com levantamentos do portal de publicações acadêmicas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nos últimos seis anos ela foi tema de 58 teses e dissertações. Porém, quantos iguais, negros e negras, favelados tiveram acesso a suas obras? 

Nesse primeiro texto, da campanha 21 dias de ativismo contra o racismo, fica a dica: Vamos ler autoras e autores negros como a doutora Carolina Maria de Jesus.

 

 

Com informações do site Brasil 247 e Jornal Nacional.

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