Reivindicações da categoria não foram atendidas
A postura intransigente do governo Lula, sem avanços nas negociações, tem levado servidores do Ibama e ICMBio de São Paulo Paraná a questionarem se o compromisso com a pauta ambiental não passou de uma estratégia eleitoral.
Em assembleia convocada pela Ascema SP/PR, Sindsef-SP e Sindsep-PR, as servidoras e servidores aprovaram, com duras críticas, a proposta do Ministério da Gestão e Inovação. O conteúdo foi apresentado em uma reunião que supostamente marcaria a retomada das negociações com o governo, mas revelou-se um ultimato.
A segunda proposta apresentada, já rejeitada anteriormente pela categoria, voltou à mesa com alterações mínimas e insuficientes, ignorando o longo período sem reajustes salariais e pretendendo encerrar a discussão até o fim do governo Lula. O novo texto traz um pequeno aumento nos dois últimos degraus da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, tanto para técnicos quanto para analistas ambientais.
Os servidores analisaram a nova oferta e identificaram elementos que consideram perversos, como a previsão de que novos servidores, entre 6 e 15 anos de serviço público, ganhem menos do que é pago atualmente. Outro ponto de crítica foi a diferenciação dos índices de reajuste entre os servidores da carreira e os do Plano Especial de Cargos do Meio Ambiente (PECMA), descumprindo um compromisso assumido pelo governo Lula após a greve de 2006. Essa quebra gerou indignação, pois demonstra a falta de seriedade nas negociações e desconsidera as conquistas históricas da categoria.
Apesar da maioria dos servidores de São Paulo e Paraná terem deliberado pela aceitação da proposta, consideram que as reivindicações da categoria não foram atendidas pelo MGI. Por isso, solicitam a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para viabilizar os aspectos referentes à carreira não contemplados no presente acordo.
Os presentes na assembleia pedem que o texto do acordo seja alterado para igualar os índices de reajuste, mantendo o PECMA como espelho da carreira de meio ambiente; corrigir o reajuste do nível auxiliar da CEMA, ainda no período desta rodada de negociações; e que seja incluída uma cláusula de compensação dos dias de greve, para evitar o desconto de salário.
Esse movimento reflete a persistência dos servidores em lutar por condições mais justas, ao mesmo tempo em que expõe as contradições da política do governo, que até o momento, tem deixado a desejar no cumprimento de suas promessas.
Na terça-feira,13 de agosto, às 14h, ocorre a próxima assembleia da categoria.