Para o Sindsef-SP, acordo não deve ser visto como fim das negociações salariais no governo Lula

Em assembleia virtual realizada na manhã de segunda-feira, 19 de agosto, os servidores do Incra/SP aprovaram a proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação. A decisão, resultado de uma convocação conjunta entre Sindsef-SP e Assincra/SP, reflete a complexidade das negociações salariais em 2024.
A proposta, disponibilizada com antecedência para análise da categoria, foi criticada por não atender às demandas dos trabalhadores. Luis Genova, Secretário Geral do Sindsef-SP, comentou que a campanha salarial de 2024 termina com um saldo que deveria ser considerado preocupante para o governo Lula, que interrompeu a negociação unificada por recomposição salarial, sinalizando uma almejada reestruturação de carreira, mas não entregou o que prometeu.
Em vez disso, o governo optou por uma estratégia que dividiu a categoria, apresentando propostas quase idênticas para diferentes carreiras, sem considerar as reivindicações de cada setor e com indícios de nem mesmo ter estudado alternativas ao que está sendo reivindicado.
Durante a assembleia, os participantes expressaram insatisfação com a ausência de uma negociação efetiva que contemplasse a reestruturação dos cargos da carreira do setor agrário. A proposta aprovada foi considerada uma recomposição inflacionária, mas ainda insuficiente para compensar os anos de congelamento salarial acumulados.
Outro aspecto criticado é que o texto atual não prevê gratificação de localidade, presente na proposta anterior e retirada da versão final do MGI.
Enquanto o governo ficou longe de atender as reivindicações de reestruturação das carreiras, sobrou para as servidoras e servidores da ativa a responsabilidade de não deixar aposentados e pensionistas amargando mais um ano sem reajuste salarial.
Na avaliação da diretoria do sindicato, a aprovação desta proposta não deve ser vista como o fim das negociações salariais, esquecendo anos de congelamento de salário, como o governo Lula pretende. Nesse sentido, o caminho sugerido é apostar numa campanha salarial unificada visando uma recomposição justa para o funcionalismo e só após aceitar tratar de pautas setoriais.





