Enquanto o massacre do povo palestino avança em Gaza, um holocausto moderno se desenrola sob os olhos do mundo. Há quase dois anos, um genocídio é praticado pelo Estado sionista de Israel não apenas por bombas e balas, mas por fome, sede e a destruição sistemática de toda a infraestrutura vital para a sobrevivência. Este é um capítulo brutal da contínua Nakba, uma limpeza étnica que busca a “solução final” para a questão palestina.
Diante desse cenário, cresce a solidariedade internacional. Cerca de 600 ativistas de 44 países, reunidos em aproximadamente 50 embarcações, compõem a maior flotilha da história rumo a Gaza. Entre eles, 15 brasileiros integram a Global Sumud Flotilha, que carrega toneladas de alimentos, medicamentos, fórmulas infantis, próteses e outros insumos de ajuda humanitária. A travessia começou no fim de agosto, em Barcelona, e enfrenta constantes intimidações e ataques.
A jornada tem sido marcada pela violência: no dia 23 de setembro, em águas internacionais, pelo menos 14 embarcações foram alvejadas por artefatos que despejaram produtos químicos, causando danos. Entre os alvos estavam barcos com quatro brasileiros, incluindo Mohamad El Kadri, uma histórica liderança da solidariedade à Palestina no Brasil. O objetivo de Israel é impor terror psicológico.
Ameças e o abandono na zona crítica
Nos últimos dias, países como Espanha, Itália e Turquia enviaram embarcações para escoltar a flotilha em águas internacionais. Porém, estes países decidiram recuar e respeitar a ilegítima “zona de guerra” de 150 milhas reivindicada por Israel, deixando flotilha extremamente vulnerável.
Para Fábio Bosco, do Setorial Internacional da CSP-Conlutas, “esse recuo deixa evidente que os governos desses países não têm disposição de enfrentar o Estado de Israel. A escolta oferecida em águas internacionais foi, na prática, uma ação simbólica, fruto da pressão popular em seus países.
A primeira-ministra italiana, chegou a afirmar que a escolta serviria apenas para recolher cidadãos italianos caso ocorresse um ataque. Isso contrasta com o fato de Itália e Espanha serem hoje centros de grande solidariedade à Palestina.
O mais importante neste momento é manter todos os olhos voltados para Gaza. Em caso de ataque ou prisão dos ativistas, a resposta imediata deve ser a mobilização e o protesto, em todas as partes do mundo. No Brasil, a Frente Palestina de São Paulo definiu que se reunirá em vigília no Al Jania, caso a flotilha seja interceptada.
A flotilha cumpre um papel fundamental: romper o bloqueio ilegal e denunciar o genocídio em curso contra o povo palestino. Nossa solidariedade e mobilização são as armas mais poderosas diante da violência de Israel”.
Cientes do perigo, os ativistas a bordo recebem treinamento para enfrentar uma interceptação e sequestro ilegal.
O governo israelense, que chama Gaza de “zona de combate ativa”, ameaça interceptar e prender a missão humanitária, numa clara violação do direito internacional. Para justificar a repressão, autoridades israelenses investem em declarações falsas e campanhas de difamação, reforçando a política de desumanização do povo palestino.
As próximas horas serão de alerta máximo, pois a flotilha deve atingir as 150 milhas exigidas por Israel, a partir das 22 horas de hoje (30/09).
Romper o silêncio diante desse genocídio é uma tarefa urgente. A segurança dos ativistas e a chegada da ajuda humanitária dependem da solidariedade internacional. É fundamental denunciar as agressões, furar o cerco midiático e pressionar governos a agir contra o massacre. O apoio nas redes é essencial, mas deve se transformar também em mobilização nas ruas.
É URGENTE QUE O MUNDO NÃO DESVIE O OLHAR!
Carta a Lula
Uma ampla coalizão de artistas, personalidades, acadêmicos, políticos e movimentos sociais já se somaram ao apelo para que o governo Lula garanta a proteção da Global Sumud Flotilla, iniciativa internacional que busca romper o bloqueio ilegal a Gaza e levar ajuda humanitária aos palestinos.A carta com mais de 350 assinaturas é uma iniciativa da organização da flotilha e surge após os ataques ocorridos em 23 de setembro.
A segurança desses corajosos ativistas depende da proteção popular e da solidariedade internacional.
Todos os olhos na Flotilha. Pela vida em Gaza. Palestina livre, do rio ao mar.
O Sindsef-SP apoia a causa Palestina e também está de olho na Flotilha!
Parem o massacre! Todos os olhos na Flotilha!