Greves de petroleiros e dos Correios avançam contra retirada de direitos

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A segunda quinzena de dezembro teve início com a deflagração das greves nacionais das petroleiras e petroleiros e das trabalhadoras e dos trabalhadores dos Correios em diversas regiões do país.

As mobilizações são uma resposta ao impasse nas negociações coletivas e à retirada de direitos históricos duramente conquistados, além do avanço de políticas que aprofundam o arrocho salarial, a precarização das condições de trabalho.

Petroleiros em luta

A greve dos petroleiros teve início em 15 de dezembro de 2025 e já se estendeu por diversas unidades da empresa. Segundo as entidades representativas da categoria, a paralisação alcançou 100% de adesão nas 28 plataformas da Bacia de Campos, além de envolver refinarias e unidades da Transpetro.

A mobilização ocorre diante da postura da direção da Petrobras nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2025–2026). Os trabalhadores estão em luta contra o arrocho salarial, retirada de direitos, ataques aos aposentados, precarização das condições de trabalho e desrespeito às negociações coletivas, ao mesmo tempo em que a empresa mantém a política de distribuição de bilhões de reais em dividendos aos acionistas.

Além do impasse nas negociações, foram registrados episódios de repressão violenta ao movimento grevista. Na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, dirigentes e ativistas sindicais foram presos enquanto exerciam o direito de greve. No Complexo Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí, trabalhadores relataram agressão da PM com o objetivo de impedir a adesão à paralisação.

A prisão de dirigentes e militantes configura um ataque ao direito de organização sindical e ao direito de greve, garantidos pela Constituição Federal, e expressa a opção da direção da Petrobras pela criminalização da luta, em detrimento da negociação.

Greve nos Correios

Paralelamente, trabalhadoras e trabalhadores dos Correios aprovaram, em 16 de dezembro, greve por tempo indeterminado em assembleias realizadas em diversos estados, após o esgotamento das negociações com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Foram cinco meses de negociações sem avanços, diante de propostas que retiram direitos históricos da categoria.

Entre as principais reivindicações estão a reposição salarial pela inflação, a manutenção de benefícios como adicional de férias, pagamento em dobro nos fins de semana e um vale-alimentação de final de ano. A paralisação expressa a força da categoria diante do avanço de medidas que aprofundam o sucateamento da empresa.

Cabe destacar a importância dos Correios, a maior empresa de logística do país e a única estatal presente em todo o território nacional. No entanto, nos últimos anos, a empresa tem sido submetida a uma política consciente e deliberada de sucateamento, com cortes de investimentos, fechamento de unidades, redução de pessoal e comprometimento intencional da capacidade operacional. Esse processo tem servido para construir uma falsa ideia de ineficiência, utilizada para justificar a privatização. Nesse contexto, o interesse de grandes empresas do e-commerce sobre a infraestrutura dos Correios reforça os alertas sobre os riscos de privatização e de perda da soberania logística e postal.

A direção dos Correios acionou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) antes mesmo de apresentar uma proposta à categoria e tem reiterado, no âmbito do Tribunal, que não há viabilidade financeira para a manutenção dos direitos trabalhistas.

Outro ponto de tensão foi a declaração do ministro Rui Costa, que afirmou que a deflagração da greve poderia levar ao encaminhamento da empresa para a privatização. Esse tipo de ameaça compromete o ambiente de negociação e fere o direito legítimo de greve.

O Sindsef-SP defende a manutenção da empresa sob controle público, com investimentos do Governo Federal e um modelo de gestão que garanta a participação dos trabalhadores e usuários. Somente assim, será possível assegurar a prestação de serviços com qualidade e custo acessível à população.

As mobilizações nos setores de petróleo e postal evidenciam um cenário de resistência e disposição de luta trabalhadores e a condução das políticas das estatais, com impacto direto sobre direitos trabalhistas, qualidade dos serviços públicos e respeito ao legítimo direito de greve.

Com informações: Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), CSP-Conlutas e Opinião Socialista

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