O Sindsef-SP promoveu no dia 10 de fevereiro, um seminário para debater assuntos de interesse dos servidores da Funasa, atualmente lotados no Ministério da Saúde. Palestras sobre conjuntura, situação dos intoxicados e dos trabalhadores no órgão, além da luta contra opressão e assédio foram temas do encontro.
O Seminário contou com a participação de servidores do Estado de São Paulo. Para palestrantes foram convidados Nando Poeta, do Instituto Latino Americano de Estudos Sócio Econômicos (Ilaese), que falou sobre conjuntura. Neide Solimões, diretora do Sindsep-PA, abordou questões sobre os intoxicados e a situação no órgão. Para finalizar Ana Pagamunici, também do Ilaese, falou sobre as diferentes formas de opressão e assédio.
Conjuntura
Os servidores foram despertados para problemas que os afetam em seu cotidiano. “Apesar de sofrer efeitos menores o Brasil não passou imune a crise de 2008”, afirmou Nando Poeta. Ele trabalhou com apresentação de gráficos que prendiam a atenção dos participantes. Entender quais as prioridades do governo é essencial na luta pelos direitos dos trabalhadores. Poeta mostrou o quanto o governo deixou de investir no serviço público para pagar juros de uma dívida que nunca termina, além de optar por salvar banqueiros e grandes empresários.
Intoxicados
A discussão de conjuntura contribuiu para a discussão que veio a seguir: os intoxicados e a situação dos servidores na Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Os guardas de endemias manuseavam veneno (DDT e Malation) sem ter a menor informação sobre os riscos que causavam a sua saúde (veja aqui). Neide Solimões afirmou que a luta dos intoxicados não é exclusiva dos trabalhadores da região norte do país.
“Quem ainda não teve sintomas está sujeito a apresentá-los cedo ou tarde”, lamentou um servidor. O uso contínuo de inseticida leva a este diagnóstico trágico, mas a Funasa insiste em desconhecer estes fatores como doença de trabalho.
Situação funcional
A transferência dos servidores da Funasa para o Ministério da Saúde segue a lógica de desmonte do serviço público. Fecha-se um órgão e cria-se outro sem que, na prática, o governo destine recursos necessários para melhorar as condições de trabalho e o salário do servidor.
“Continua o problema do servidor. Agora é assim: o camarada vai ao Ministério da Saúde e é informado que não tem registro dele ainda. Volta na Funasa e ouve que ele não faz mais parte daquele órgão”, relata Neide. Esta é uma realidade sentida por muitos servidores.
Neste ponto, o Departamento Jurídico do Sindsef-SP, representado pelo Dr. Cesar Lignelli, ajudou a esclarecer várias dúvidas dos servidores e apontou alguns encaminhamentos sobre aposentadoria especial.
Luta contra as opressões
O ponto sobre luta contra as opressões encerrou o seminário. Antes de abrir o debate foi exibido o filme Acorda Raimundo… Acorda! (veja aqui). Os participantes foram surpreendidos com a inversão dos papeis entre homens e mulheres e viram a situação da opressão sob outra ótica.
O objetivo foi mostrar o cotidiano de milhões de mulheres que vivem sob o machismo e a violência. Ana Pagamunici abordou o preconceito, o papel de cada um na sociedade e a forma que a classe dominante usa as diferenças e a opressão do dia a dia para fragmentar a luta dos trabalhadores. Desta forma, consegue aumentar a exploração, criando preconceitos que dificultam a unidade dos que lutam. A opressão só garante vantagens para aqueles que exploram os que trabalham.
Assista a reportagem sobre a situação dos intoxicados.
1ª Parte
2ª Parte
3ª Parte