As servidoras e os servidores da Cultura em São Paulo aprovaram, em assembleia realizada no dia 30 de abril, a adesão à greve nacional da categoria, que já reúne trabalhadores de 15 estados. A paralisação no estado terá início na próxima segunda-feira (05/05), com foco na implementação de um plano de carreira e na valorização do serviço público no setor cultural.
A assembleia, realizada virtualmente e amplamente convocada pelo Sindsef-SP, contou com debates sobre a organização da greve, aspectos jurídicos, estratégias de mobilização e os impactos da reforma administrativa. A entrada em greve foi considerada pelos participantes como uma medida necessária diante da estagnação nas negociações com o governo federal.
A luta por um plano de carreira é histórica — já são mais de 20 anos de reivindicações ignoradas. Em 2024, uma comissão criada no Ministério da Cultura elaborou uma proposta atendendo às diretrizes do próprio governo. O projeto foi entregue pela ministra Margareth Menezes à ministra Esther Dweck, do MGI, em 16 de agosto do ano passado. Desde então, seis reuniões com representantes da categoria foram desmarcadas, e o silêncio do governo já se arrasta por mais de 250 dias.
Esse descaso tem resultado em um desmonte silencioso da política cultural, com evasão crescente de servidores, que buscam outras áreas diante da falta de perspectiva. Já quem permanece, enfrenta sobrecarga de trabalho.
Diante desse cenário, a greve surge como instrumento legítimo de pressão ao governo Lula. A expectativa da categoria é de que a próxima reunião, agendada para 8 de maio no MGI, finalmente ocorra e traga avanços concretos.
Luis Genova, secretário-geral do Sindsef-SP, destacou que o movimento dos servidores da Cultura se insere em um contexto mais amplo de desvalorização do funcionalismo público. “A mobilização é essencial para pressionar o governo Lula a agir. Estamos vendo uma tendência de enfraquecimento dos serviços públicos, e isso atinge diretamente a sociedade”, afirmou.
Durante a assembleia, também foi debatida a necessidade de retomar a luta contra a reforma administrativa e ampliar a mobilização em defesa do serviço público. O advogado Cesar Lignelli apresentou os fundamentos jurídicos que respaldam a greve, esclareceu dúvidas e reforçou que, diante da ausência de avanços após anos de tentativa de negociação, os requisitos legais para a deflagração do movimento estão plenamente cumpridos.
Com a entrada de São Paulo, a greve nacional dos servidores da Cultura se fortalece e amplia a pressão por respostas do governo federal.
Calendário da Greve
05 de maio – Início da greve
05 de maio, às 14h – Assembleia virtual dos servidores da Cultura
06 de maio, às 15h – Plenária nacional da categoria
07 de maio, 10h30 – Reunião presencial no Iphan
08 de maio – Reunião com o MGI