A assembleia virtual realizada na tarde desta terça-feira (13) deliberou pela continuidade da greve dos servidores da Cultura, iniciada após meses de frustração com o descaso do governo federal em relação à implantação de um plano de cargos e salários para o setor. A mobilização nacional, que já atinge servidores em 21 estados, segue crescendo e demonstrando força.
Durante a reunião, os servidores avaliaram a recente reunião com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), considerada insatisfatória. A representação do governo na reunião se limitou ao nível técnico, sem poder de negociação, e propôs apenas a construção de um calendário para discussão técnica do plano de carreira – excluindo, desde já, qualquer debate sobre a recomposição salarial.
Os trabalhadores avaliam que o governo sequer analisou com atenção a proposta elaborada pelo grupo de trabalho do Ministério da Cultura, construída de forma técnica e dentro dos limites orçamentários. Alguns questionamentos levantados pelo MGI já estavam respondidos no documento apresentado. O que evidencia, segundo os servidores, a falta de compromisso real com a pauta.
Na assembleia, também foram debatidos temas operacionais da greve. Foi definida a criação de uma comissão para elaborar um documento que estabeleça critérios quanto ao tratamento de demandas represadas no Iphan. O documento solicitará que os grevistas só sejam acionados via comando de greve – e apenas em casos em que a superintendência do Iphan considere emergenciais.
Os presentes acordaram que as demandas serão, sempre que possível, analisadas coletivamente, caso a caso, para decidir sobre o atendimento durante a greve. O comando de greve estadual foi ampliado, como medida de proteção aos servidores em paralisação. Além disso, São Paulo passa a integrar o comando de greve nacional.
Nesta quarta-feira (14), uma representação dos grevistas participou de uma manifestação durante o lançamento do Centro de Pesquisa e Memória do Teatro de Arena e da Cena Ativista do Brasil, reforçando a visibilidade da luta da categoria.
A próxima assembleia dos servidores da Cultura em São Paulo será realizada na terça-feira (20), com a pauta centrada na avaliação do movimento e possível deliberação sobre a continuidade da greve.
O Sindsef-SP segue acompanhando de perto os desdobramentos da paralisação e reafirma seu apoio político e jurídico à luta dos servidores. A categoria reivindica um plano de carreira que valorize sua formação, possibilite a permanência de profissionais qualificados e fortaleça a política cultural federal e suas vinculadas.