Realidade mostra a falácia de subir juro para combater inflação de alimentos
Nos últimos dias, a grande imprensa reconheceu que as tarifas impostas pelo presidente estadunidense Donald Trump para a exportação de produtos brasileiros levou à queda no preço da carne, café e laranja no Brasil. Com a dificuldade de vender estes produtos nos Estados Unidos, eles são redirecionados para outros mercados, dentre eles, o próprio mercado brasileiro.
Isso confirma o que a Auditoria Cidadã da Dívida sempre denunciou: que a inflação de alimentos se deve à priorização das exportações, e não a uma suposta demanda aquecida no Brasil, como vem alegando o Banco Central, sucessivamente, para justificar insanas elevações da taxa básica de juros Selic. Obviamente que a tarifa imposta por Trump não representa a mudança no padrão agrícola brasileiro, marcado principalmente pela ocupação das terras por grandes lavouras de exportação de soja, milho e outros produtos, cujos mercados principais (como a China e Europa) não foram afetados.
Porém, a queda de tais preços nos últimos dias – embora possa ser revertida por outros fatores no curto prazo – mostra que a priorização das exportações, inclusive com grandes benesses fiscais como a Lei Kandir (que isentou de ICMS as exportações de alimentos e minérios) é a grande responsável pela alta de alimentos, inaceitável em um país como o Brasil.
Desta forma, é também inaceitável se justificar contínuas altas de juros sob a falaciosa justificativa de que os brasileiros estariam com uma demanda superaquecida por alimentos, o que mostra a grave ilegitimidade da taxa básica de juros brasileira, um dos principais fatores que tem feito a chamada dívida pública brasileira explodir, sem financiar investimentos, mas apenas sugando a riqueza produzida pelos trabalhadores para enriquecer ainda mais os super ricos.
Atenciosamente,
Auditoria Cidadã da Dívida
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