O Museu de Arte de São Paulo (Masp) abre espaço para vozes e olhares indígenas na mostra Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias, que fica em cartaz até 10 de agosto. O projeto, criado em 1986 pelo antropólogo e documentarista Vincent Carelli, nasceu como um trabalho de documentação e se transformou em uma escola de formação para cineastas indígenas no Brasil.
Na programação, três produções revelam não só a força da imagem como instrumento de memória, mas também a luta dos povos originários pela preservação dos seus territórios e modos de vida. Amne Adji Papere Mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20 (2012), de Kamikia Kisêdjê, traz o grito das mulheres Kisêdjê contra o avanço do desmatamento e os impactos da construção de hidrelétricas no Xingu. Já Bicicletas de Nhanderú (2011), de Ariel Duarte Ortega Kuaray Poty e Patrícia Ferreira Pará Yxapy, percorre o cotidiano e a espiritualidade do povo Mbya-Guarani, na aldeia Koenju. Completa a mostra Yaõkwa – Imagem e Memória (2020), de Vincent e Rita Carelli, que narra o retorno à comunidade Enawenê Nawê, no Mato Grosso, para devolver imagens captadas ao longo de 15 anos.
A exposição integra a programação do museu voltada para o tema Histórias da Ecologia, que também conta com outras exibições relevantes, como A Ecologia de Monet, que propõe refletir sobre o impacto ambiental nas paisagens do pintor francês, e uma mostra dedicada às obras do artista e ambientalista Frans Krajcberg.
Masp – Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo
19 de junho (quinta-feira), das 10h às 22h
Entrada gratuita (mediante reserva em masp.com.br)
Local acessível para cadeirantes