Os servidores públicos federais (SPFs) realizaram uma importante manifestação no dia 12 de junho, Dia Nacional de luta, em frente ao Hospital Universitário da UNIFESP – Hospital São Paulo. A atividade dá continuidade na luta contra a retirada de direitos da classe trabalhadora e faz parte da campanha salarial dos SPFs.
A anulação da reforma da previdência de 2003 e a revogação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) também estiveram entre os principais eixos da manifestação. O ato unificou servidores ativos e aposentados de diferentes setores do funcionalismo.
Cientes que a luta unificada é único caminho para pressionar o governo, o Fórum de Entidades dos Servidores Públicos Federais do Estado de São Paulo reuniu representantes do Sindsef, Sintunifesp, Sintrajud, Sinsprev, Sinal, CSP-Conlutas , Fenasps, PSTU, Mulheres em Luta e Setorial LGBT da CSP-Conlutas.
As falas que se sucediam apresentavam elementos que desmentiam o país de faz de conta pintado pela presidente Dilma e sua equipe. “O Brasil virou um balcão de negócios para retirar direitos dos trabalhadores”, avaliou o diretor do Sintrajud, Cleber Aguiar.
A antecipação das parcelas do reajuste dos servidores federais está na pauta da campanha salarial 2013, “pois a inflação já está maior que aumento”, lembrou o secretário-geral do Sindsef-SP, Carlos Daniel.
O dirigente do Sintunifesp, Emanuel Oliveira, chamou a atenção para a situação de incerteza dos trabalhadores com a mudança na forma de gestão dos hospitais universitários, com destaque para os técnicos administrativos. Com a EBSERH, o regime jurídico único esta ameaçado e os servidores em pouco tempo estarão em extinção. A situação do atendimento aos pacientes, que já é precária, também é preocupante, pois prevalecerá a busca do lucro.
“O direito do trabalhador tem que ser respeitado e todo cidadão tem direito a um atendimento de qualidade. Pois pagamos impostos e a finalidade destes impostos deveria ser garantir serviços públicos, como saúde e educação, de qualidade”, criticou.
Na sequencia, representando a CSP-Conlutas, o servidor do Incra e secretário de Imprensa do Sindef-SP, Helton Ribeiro destacou o aprofundamento da política neoliberal desde a época de Collor até os dias atuais. As inúmeras privatizações realizadas pelos governos do PSDB e do PT também foram analisadas, “aquilo que não é privatizado está sendo desmantelado pelo governo”, falou em alusão ao desmonte da FUNAI. “ o latifúndio não quer mais a demarcação das terras indígenas, é por isso que o governo esta desmontando a Funai”, desabafou.
A servidora aposentada do judiciário, Maria Helena Leal, abordou a triste realidade dos aposentados que com os baixos salários são forçados a continuar trabalhando para sobreviver.
A presença ostensiva da policia foi criticada pelos manifestantes. ”Será que o local recebe a mesma atenção no dia a dia?”, perguntou um dos presentes. A resposta foi um sonoro não. “assaltos são constantes na região”, afirmou um servidor do hospital.