No dia 15 de maio ocorre a quarta edição da Marcha Nacional Contra a Homofobia. O tema “Em defesa do Estado Laico, da Democracia e dos Direitos Humanos”, visa impedir que as religiões influenciem nas decisões dos Três Poderes. A mobilização será a partir das 10h, no Distrito Federal.
Esta é a atividade política mais combativa do movimento LGBT nacional e tem se destacado pela postura de exigência e denuncia do governo de frente popular. O ato esta sendo convocado pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).
Uma coluna do setorial LGBT da CSP-Conlutas irá defender a criminalização da homofobia e pela derrubada do Deputado Federal Feliciano, nomeado para presidir a CDHM (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara dos Deputados. A delegação do Sindsef-SP vai marcar presença com faixas contra a opressão e com o boneco do In-feliciano.
“Nossa intenção é fazer uma coluna da CSP-Conlutas que represente o que temos acumulado nos últimos anos. Este ano, irão ter direito as falas nesse evento a CSP-Conlutas, a Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre) e o SINDSEF-SP. Informou o membro do Setorial LGBT da CSP-Conlutas, Flavio bandeira.
“Vamos repetir o sucesso do que foi a marcha realizada em Brasília no dia 24 de abril no qual a juventude da Anel e o Setorial LGBT exigiram também o “Fora Feliciano”. Uma bandeira LGBT foi pendurada no Congresso Nacional e um beijaço simbólico entre pessoas do mesmo sexo foram ações que pediam um basta à homofobia”, convocou o secretário geral do Sindsef-SP, Carlos Daniel.
Exemplo da interferência religiosa
O governador Agnelo Queiroz, do PT, sancionou a lei 2.615/00, que penaliza estabelecimentos que discriminam LGBTs, no âmbito do DF.
No entanto, poucas horas depois, o deputado distrital Evandro Garla (PRB-DF), da base aliada do Governo Agnelo, presidente da Frente Parlamentar da Família e vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, reuniu-se com o governador e o pressionou para que revogasse o decreto que regulamentou a lei.
Uma nota lançada após a publicação do decreto no Diário Oficial dizia, “a decisão é polêmica e constrangedora, uma vez, que os princípios cristãos obedecem regras que Deus criou o homem para a mulher e vice-versa. E a nossa sociedade não pode ser punida e discriminada por não concordar com essa união. Todos nós temos opiniões pessoais e merecemos respeito. Para esclarecimento da família no DF, em relação à Lei regulamentada hoje (9/5), gostaria de informá-los que estarei junto com outras lideranças evangélicas para garantir os direitos da família constituída por Deus”. Logo depois da conversa, o governador resolveu anular a lei e, a partir da sua equipe de comunicação, anunciou que tudo não passou de um erro de tramitação no gabinete.
Ao voltar atrás, o governador Agnelo Queiroz (PT) reafirmou sua submissão aos setores mais reacionários da política do DF, visando a manutenção de sua tão preciosa governabilidade, uma vez que a grande maioria dos fundamentalistas religiosos são da base do governo.
O governador Agnelo rifou as bandeiras do movimento perante as exigências da bancada homofóbica, seguindo o mesmo que Dilma fez com o programa “Escola Sem Homofobia”, vetado pela presidenta em acordo com a bancada evangélica para que Palocci, Ministro da Fazenda na época, não fosse convocado a depor no Congresso Nacional sobre o Mensalão.