1500 trabalhadores da General Motors correm o risco do desemprego

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A empresa transpareceu a intenção de fechar o setor MVA (Montagem de Veículos Automotores), onde hoje trabalham 1500 funcionários, durante a reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, na última quarta-feira, 25. No entanto, a GM se comprometeu a não tomar nenhuma decisão sobre o provável fechamento do setor até o dia 4 de agosto, quando acontecerá um novo encontro.

Para o sindicato, o quadro passado pela fábrica na reunião de quarta-feira aponta para uma situação bastante grave. O diretor institucional da GM, Luiz Moan, afirmou que o setor já deixou de fabricar os modelos Zafira, Meriva e Corsa, restando apenas o Classic. Segundo a GM, aquele seria o último dia de produção do Corsa.

Moan também repetiu que a montadora não pretende fazer, no momento, novos investimentos em São José. Afirmou ainda que a GM trabalha com “ajustes de estrutura” e que existem “excedentes de fatores de produção”.

O SindmetalSJC reafirmou suas propostas para garantir a manutenção dos postos de trabalho na fábrica de São José dos Campos: produção integral do Classic na planta local; nacionalização do Sonic, que é importado da Coréia do Norte; e volta da produção de caminhões.

Porém, a GM mostrou-se intransigente em atender essas propostas do Sindicato. Na reunião prevista para o dia 4,  SindmetalSJC e GM se comprometeram a apresentar propostas que levem a uma saída para a fábrica de São José dos Campos.

Até lá, o sindicato vai intensificar as mobilizações na luta contra o desemprego, mas se mantém aberto a negociações.

“Estamos há cinco meses buscando novas propostas da GM, mas nada foi apresentado até agora. O Sindicato é constantemente apontado como a parte radical, o intransigente das negociações, mas o que falta é justamente uma proposta da GM. Queremos acreditar que no dia 4 aconteça algum avanço por parte da montadora. Do ponto de vista econômico, não há motivos para a GM demitir”, afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

A própria GM admitiu, na reunião, que a empresa vive um momento de aumento nas vendas, e que o MVA é um problema “pontual”.

Produção do Classic manteria empregos – O fim da produção dos modelos Corsa, Zafira e Meriva não representa a redução do volume de unidades de veículos produzidos no MVA. Juntos, esses três modelos representavam o mesmo volume de produção do Classic hoje, ou seja, 370 carros por dia.

Portanto, mesmo com a saída dos três modelos, não existirá mão de obra excedente na fábrica. Esta medida, já adotada temporariamente pela GM, representa a mesma proposta apresentada pelo Sindicato e não geraria fechamento de postos de trabalho em São Caetano.

“Está claro que a GM não quer produzir o Classic aqui por uma questão meramente econômica. A fábrica não pode desconsiderar os fatores sociais de uma decisão como essa. São José dos Campos não suporta mais tantas demissões”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Cobrança ao Governo Federal – O sindicato também cobrou uma posição mais firme do governo federal, que foi representado na reunião pelo secretário nacional de Relações do Trabalho, Manoel Messias Nascimento Melo.

 “Esta é uma questão nacional e o governo federal tem de tomar providências, intervindo para garantir a manutenção dos postos de trabalho. O governo não pode ser apenas intermediador. Estamos diante de um cenário de reestruturação e não vamos aceitar demissões”, afirmou Macapá.

Após pressão dos metalúrgicos, o governo deu declarações à grande imprensa de que pode suspender a isenção de IPI para carros. Segundo notícia, veiculada na Folha de São Paulo, o anuncio foi dado, após o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos pedir a intervenção do Executivo para evitar demissões.

Mobilização continua – A assembleia realizada no Sindicato na tarde desta quarta-feira reafirmou o calendário de lutas pela manutenção dos empregos. Os trabalhadores da GM aprovaram a realização de um ato no próximo dia 27, às 14h, no Parque da Cidade, e incorporação ao Dia Nacional de Lutas, no dia 31, quando será realizada uma manifestação.

 

Com informações do SindmetalSJC

 

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