19º Congresso reafirma a luta contra a opressão

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O painel dedicado ao combate às opressões, que já é uma tradição nos congressos do Sindsef-SP, contou com a presença de militantes do Movimento Mulheres em Luta, Carla Colbachini; Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, Paula Nunes;  e do Setorial LGBT da CSP-Conlutas, Thiago Clemente. As diretoras Bernadete Serafim, Deolinda Fernandes e Inês Santos mediaram este debate.

Este ano, frente ao crescimento da violência contra as mulheres, negros e LGBTs,  o tema ganha ainda mais destaque. Fazer este debate é imprescindível, pois a luta contra a exploração dos trabalhadores precisa estar ligada ao combate direto e cotidiano a todas as formas de opressão.

Claudia Colbachini abordou diferentes formas de machismo – em particular a violência física – e como o machismo se expressa nos locais de trabalho. Ela mostrou uma ferramenta nova que está sendo testada no Espirito Santo para ajudar na proteção de mulheres vítimas de violência doméstica: O botão do pânico.

“Eu não estou aqui para defender esta ferramenta e sim para mostra o grau de barbárie que as mulheres enfrentam hoje no Brasil”, frisou. A cada 2 horas uma mulher é assassinada, a cada 5 minutos uma é espancada e a cada 12 segundos uma é estuprada. “Não precisaríamos de botão do pânico, se houvesse politica eficaz de combate à violência e ao machismo”, refletiu.

Outro ponto destacado por Claudia é que “as mulheres são maioria na Administração Pública, mas apenas 22% dos cargos de DAS 6 são ocupados por elas”. Ela também apontou a desvalorização salarial decorrente da discriminação de gênero e que a precarização dos serviços públicos atinge principalmente as mulheres. Encerrou falando que lugar de mulher é nas greves, nas manifestações, enfim na  luta contra o machismo!

Na sequência Paula Nunes falou sobre o genocídio da juventude negra e a luta destes jovens por direito a um futuro. Ela usou dados do Instituto Sou da Paz (www.soudapaz.org) para mostrar que “a principal causa de mortes dos negros é o homicídio, que os jovens negros têm 159% mais chances de morrer do que os jovens brancos e que hoje um jovem negro é assassinado a cada 25 minuto”.

Paula fez um resgate histórico para explicar a origem desta situação. Foram mais de 300 anos de escravidão, contra 126 anos de “trabalho livre”, mas mesmo alforriados os negros enfrentam problemas muito semelhantes ao da época da escravidão. O negro segue sendo desvalorizado e relegado aos postos de trabalhos mais precarizados.

Em alusão as recentes ofensas racistas que comparam os negros a macacos, ela retrucou “Não somos macacos, nosso lugar não é na jaula e sim na luta com o conjunto da classe trabalhadora e demais oprimidos”.

Thiago Clemente dialogou sobre a contradição existente no aumento da visibilidade dos LGBTs – citou o beijo gay e lésbico na novela, a inclusão da pauta LGBT nesta eleição e a presença deste tema nas conversas do cotidiano – mas que não impede o crescimento da violência motivado pela homofobia.

Também lembrou que “em 12 anos de governo do PT não houve nenhuma iniciativa para criminalizar a homofobia”. Este comentário era uma critica a utilização do fundamentalismo religioso para incitar a violência por conta da orientação sexual e também ao oportunismo político da presidente Dilma, que aproveitou o período eleitoral para levantar uma bandeira que fez questão de ignorar durante todo o seu governo.

Thiago também comentou a falta de dados oficiais sobre os que se refere aos LGBTs. Os dados que existem são compilados pela ONG Grupo Gay da Bahia, pois o poder público não produz pesquisas sobre este tema.

O ativista reforçou a importância das mobilizações para as conquistas da classe trabalhadora na luta contra a opressão. “Nas jornadas de junho em todas as manifestações era possível ver a bandeira do arco-íris”.

O plenário contribui com o debate compartilhando situações do cotidiano e interpelando os palestrantes sobre iniciativas para combater estas práticas.

O Sindsef-SP  alerta que a reprodução de práticas machistas, racistas e homofóbicas, traduzidas muitas vezes em brincadeiras e piadas, são portas de entrada para o assédio moral no serviço público.

 

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