1º de Maio Classista preenche a Praça da Sé

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A Praça da Sé, em São Paulo, ficou lotada para lembrar que o 1º de Maio é um dia de luta, o Dia Internacional do Trabalhador.

A CSP-Conlutas e a Intersindical construíram a atividade com o Fórum das Pastorais Sociais da Arquidiocese, o Sindicato dos Metroviários, o Sindsef-SP, a ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes Livres), movimentos sociais e organizações populares.

 

Intervenções artísticas

Passava das 10h quando acabou a missa realizada na Catedral da Sé e centenas de manifestantes já estavam posicionados para o início do ato. Logo se apresentaram os grupos teatrais “Rubra – Núcleo de Ação Cênica, Partido Teatral” – e “Coletivo de Artistas Socialistas”. Ambos encenaram situações de exploração e opressão. O primeiro, através de uma personagem cheia de remédios, refletiu a sobrecarga de trabalho, a desvalorização e a falta de preocupação do patronato com a saúde do trabalhador; o segundo encerou um levante em Roma para apontar a perspectiva da luta por melhores condições de vida.

Ato político classista e combativo

O Fórum das Pastorais Sociais, através da Pastoral Operária, fez a abertura, saudando a presença de todos e lembrando os 40 anos da realização do ato de 1º de Maio na Sé, caracterizado pelo caráter de denúncia dos ataques à classe trabalhadora.

Denúncia de remoções e despejos

Guilherme Boulos, do MTST, denunciou as remoções forçadas causadas pela proximidade da Copa no Brasil e citou o caso dos arredores do Maracanã, no Rio de Janeiro. Os governos se recusam a dar informações precisas, mas calcula-se que de 150.000 a 170.000 pessoas serão retiradas de seus lares.  

Falando em despejo, o Pinheirinho também foi mencionado. Waldir Martins, o Marrom, representando o Resistência Urbana e o MUST (Movimento Urbano dos Sem Teto), ressaltou que a comunidade continua organizada e mobilizada em São José dos Campos: “Tentaram nos derrubar, mas não conseguiram, a luta por moradia continua. Enquanto não garantirem as moradias para o povo do Pinheirinho a gente não vai parar”.  

Ainda neste contexto, a representante do movimento Terra Livre, conhecida como Jô, relatou a possibilidade de um despejo violento por parte do governo do PSDB em Cotia.

Nas ruas, nas praças, da luta não fugiu.
Aqui está presente o Movimento Estudantil!

A resistência do movimento estudantil foi demonstrada pela representante da ANEL, Arieli Tavares. Ela destacou o compromisso da entidade com a luta dos trabalhadores e com a construção da CSP-Conlutas como alternativa de classe, além de denunciar a postura governista da UNE. “A luta do 1º de Maio é a luta de uma só classe trabalhadora! Fazemos um convite para os setores de esquerda que vão para o congresso da UNE, que também venham para o congresso da ANEL fortalecer o movimento estudantil combativo”, disse. Arieli também comentou a participação da ANEL na marcha em Brasília, que, inclusive, teve uma boa repercussão na mídia com um protesto contra o deputado Feliciano.

Não ao aumento da passagem!

A possibilidade do aumento das tarifas do transporte público foi alvo de críticas por parte do presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino Prazeres. A categoria está em campanha salarial, contra a precariedade do metrô e o aumento da passagem. 

1º de Maio Internacionalista e de luta

As falas seguintes das organizações combativas denunciaram a intensificação da retirada dos direitos devido à crise econômica mundial, refletida em projetos de lei como o ACE (Acordo Coletivo Especial); defenderam a anulação da reforma da previdência comprada em 2003, e destacaram a resistência dos trabalhadores, citando desde a revolução Síria à greve dos professores em São Paulo.

Luiz Carlos Prates, o Mancha, da CSP-Conlutas, destacou que o 1º de Maio na Praça da Sé é o único, em São Paulo, a levantar as bandeiras internacionalistas da classe trabalhadora. “No momento em que os capitalistas têm despejado a crise nas costas dos trabalhadores, através do fechamento de empresas, da redução de salários, de direitos e por meio de privatizações, nós assistimos também uma grande resistência dos trabalhadores, em particular dos europeus, que no dia 14 de novembro promoveram uma verdadeira greve geral em todo o continente, e querem prosseguir, apesar do imobilismo das burocracias sindicais”.

O dirigente da Central apontou a necessidade dos brasileiros seguirem também o exemplo das revoluções no Oriente Médio e no norte da África, que “tem derrubado ditaduras sanguinárias”. Com objetivo de unificar as lutas no mundo, a CSP-Conlutas organizou, juntamente com organizações de 32 países, um encontro na França onde foi definido que, neste Dia Internacional do Trabalhador, seria distribuído um manifesto unitário com as bandeiras de luta classistas e internacionalistas. Esse documento estava disponível lá e pode ser acessado aqui no site do Sindsef-SP.

Disposição dos trabalhadores para enfrentar os ataques do governo Dilma

Mancha também aproveitou a oportunidade para denunciar os ataques do governo Dilma. “Esse governo teve uma resposta no último dia 24 de abril, com a grande marcha que nós conseguimos fazer unitariamente em Brasília, com a participação de mais de 20 mil pessoas, e que deu o recado que a luta vai continuar, porque nós queremos a anulação da reforma da previdência, o fim do fator previdenciário, não à fórmula 85/95, nós queremos a reforma agrária, a reforma urbana, barrar as privatizações e unificar os movimentos sociais”. 

Organizações presentes

Além das entidades e movimentos mencionados, também marcaram presença as organizações Unidos pra Lutar, Unidade Classista, Luta de Classes, CLASP, Coletivo Juntos por Outro Futuro (oposição de esquerda da UNE), Espaço Socialista, O.C. Arma da Crítica, PCR, PSTU e PSOL. Algumas delas montaram bancas para distribuir e vender materiais de formação política e propaganda, como jornais, livros, DVDs, botons, camisas e bonés.

 

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Por Lara Tapety
(Texto e fotos) 


 

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