É preciso intensificar a mobilização pela recomposição salarial!
O governo federal demostrou descaso com a negociação em torno da campanha salarial do funcionalismo público federal. Pela segunda vez, adiou a apresentação da sua contraproposta de reajuste salarial e, ainda, cancelou a reunião prevista para esta terça-feira, 07, sem informar uma nova data!
Diante disso, as entidades representativas nacionais da categoria convocam os servidores demonstrarem sua insatisfação através da luta. “É preciso mobilizar, organizar as bases para que possamos pressionar o governo e obter de fato um processo de negociação com uma real possibilidade de avançar na defesa do interesse dos trabalhadores”, disse Paulo Barela, da secretaria executiva nacional (SEN) da CSP-Conlutas.
O governo havia se comprometido em enviar a nova proposta até a sexta-feira passada, entretanto, os representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos avisaram às entidades representativas nacionais da categoria que não conseguiriam cumprir o prazo.
Na live realizada após a última a reunião ocorrida no dia 28 entre o secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, e as entidades, Paulo Barela, destacou duas novidades: a primeira, foi o fato de o governo ter convidado setores que não representam os servidores públicos para participar da discussão; a segunda, diz respeito à possibilidade de uma mudança no índice do reajuste proposto anteriormente.
Se antes o governo afirmava que o percentual de 7,8%, a partir dos R$ 11,2 bilhões previstos na Lei Orçamentária, era inegociável; na última reunião, admitiu que pode apresentar uma contraproposta – o que até o momento não aconteceu.
Sobre a participação de outras entidades na mesa de negociação, Barela ressaltou: “Nós achamos que todos têm que participar das negociações e dos processos, mas têm que ter representatividade. O Fonasefe e o Fonacate, juntos, representam 95% dos servidores públicos no nosso país, portanto, são entidades habilitadas para fazer a negociação”.
A ministra da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos, Esther Dweck, em entrevista a UOL, reconheceu que as perdas acumuladas dos servidores chegam a 46,6%. Lembrou, também, que no final do ano passado, o pessoal do Legislativo e do Judiciário foi beneficiado com o reajuste de três parcelas de 6% (2023, 2024 e 2025), e apenas o Executivo não teve aumento. Contudo, usou o argumento de que qualquer reajuste tem que estar previsto na Lei Orçamentária para justificar a proposta insuficiente apresentada.
Dweck disse que o governo pretende garantir 42% de reajuste no auxílio alimentação, mas não no reajuste linear dos salários. O foco no auxílio alimentação, segundo a ministra, atende a reclamação dos servidores do Executivo de que há uma disparidade entre o benefício entre os poderes. Enquanto os servidores do Executivo recebem R$450 de auxílio, os demais poderes recebem entre R$1100 e R$1300.
Aplicar a recomposição das perdas inflacionárias apenas no auxílio alimentação é uma crueldade com os servidores aposentados e pensionistas, que mais sofrem com a defasagem da remuneração.
A ministra pode ter confundido a população quando disse que “grandes grupos de servidores” fizeram acordo por dois anos no governo Dilma e outra parcela que fez um acordo por quatro anos, enquanto no governo Bolsonaro não houve reajuste.
É fundamental que o povo saiba a verdade: a ampla maioria do funcionalismo tem perdas salariais que variam entre 45% e mais de 60%, a depender do órgão. O que a categoria está reivindicando é a recomposição de 26,94% nos salários levando em conta os 4 anos do governo Bolsonaro, destruidor dos serviços públicos.
Os servidores públicos federais não estão reivindicando nenhuma benesse ou privilégio, mas somente a recomposição de seus salários. Isso é um direito dos servidores!
Só com a organização, mobilização, determinação e unidade será possível negociar em melhores condições com o governo federal. Junte-se a nós!