20 de novembro é Dia de Luta – Todos à Marcha da Periferia

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O Sindsef-SP convoca seus filiados a participarem nesta quarta-feira (20/11), da 3ª Marcha da Periferia, na capital paulista.  Nesta edição o tema “Pelos Amarildos, da Copa eu Abro Mão” é uma crítica a violência e criminalização impetrada pela polícia nas periferias, enquanto rios de dinheiro são gastos pelo governo com a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016.

A concentração para manifestação será às 9h no Largo do Pirapora, próximo ao Terminal Guarapiranga – M Boi Mirim. A partir das 11h ocorrem diversas atividades culturais no Sacolão das Artes.

Além de dar visibilidade aos assassinatos rotineiros que atingem a juventude negra da periferia, a Marcha exigirá respostas para as perguntas “Cadê o Amarildo?” e “Por que o senhor atirou em mim?” em alusão aos casos recentes envolvendo policiais.

Os ativistas do Sindsef-SP se somarão ao Quilombo Raça e Classe e a CSP-Conlutas na marcha contra o extermínio da população negra; a criminalização do povo da periferia; as remoções causadas pelos “megaeventos” como a Copa de 2014 e Olimpíadas em 2016; a perseguição às lideranças comunitárias, quilombolas, camponesas, ambientalistas e indígenas; o aumento da repressão aos que lutam; a precariedade dos serviços públicos básicos como educação, saúde, moradia e mobilidade social.

Em contrapartida a todo esse quadro de calamidade, os governos têm gastos exorbitantes com a Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 e multiplicam os investimentos nessas obras que passaram de 1, 5 bilhões de reais para fabulosos 45 bilhões de reais.

Desigualdade racial no mercado de trabalho
O mercado de trabalho é ocupado 48,2% por negros. Contudo, independente de sua escolaridade e do setor em que atuam, ganham 36,11% menos do que os não negros. Ou seja, a hora de trabalho dos negros limita-se a 63,9% do ganho-hora dos não negros. Esse foi o resultado da pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no biênio de 2011-212, divulgada em 13 de novembro. O estudo foi realizado nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.

Outro dado ressaltado pela pesquisa é que quanto maior o nível de escolaridade e cargo que o negro ocupa maior a desigualdade de salário. Na Indústria de Transformação, a diferença de rendimentos por hora trabalhada entre negros que possuem nível fundamental incompleto em comparação com não negros foi de 18,4%. Essa diferença é maior para os negros que possuem ensino superior completo e chega a 40,1%. O mesmo corre no setor de comércio cuja diferença de rendimento é de 19,7% para aqueles que possuem ensino fundamental incompleto e de 39,1% para aqueles que possuem superior completo. Na construção, setor onde predomina a força de trabalho do negro, a diferença de remuneração variou de 15,6% para os que possuíam ensino fundamental incompleto e 24,4% para os que possuíam ensino superior completo.

Ainda de acordo com a pesquisa, que pode ser lida na íntegra no site do Dieese, os negros também são maioria nos cargos considerados de menor prestigio e valorização. Setores que exigem desgaste físico, repetitivo e oferecem pouca margem para decisões e para criatividade.

Quando as ocupações são hierarquizadas e diferenciadas de acordo com a escala produtiva, há discrepâncias entre os postos alcançados por negros e não negros em suas carreiras. Segundo a pesquisa, em 2011-2012 grande parte de pretos e pardos ocupou postos nas atividades de execução e uma pífia parcela ocupava postos de direção e planejamento. Em São Paulo, por exemplo, 61,1% dos negros realizam atividades executivas e 5,7% ocupavam cargos de gestão, o que representa, respectivamente, 52,1% e 18,1% de não negros nessas inserções. É rara também a presença de trabalhadores negros em postos de direção e planejamento.

Salário Igual, trabalho igual – A pesquisa constata o abismo entre negros e não negros no mercado de trabalho. Por isso, na semana da consciência negra, vamos também levantar nossas bandeiras por salário igual trabalho igual.

 

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