Até a chuva deu uma trégua para contemplar o ato unificado em celebração ao 8 de março – Dia Internacional de Luta da Mulheres. Em um final de tarde agradável, a mulherada ocupou uma faixa da rua em frente ao vão livre do Masp e levantou bem alto sua voz, suas faixas e bandeiras exigindo direitos iguais. A morte da vereadora Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes, que segue sem ser elucidada, também foi lembrada no protesto.
São as mulheres na resitência / Contra a reforma da previdência
A coluna do Movimento Mulheres em Luta (MML) aproveitou a energia do carnaval e animou a caminhada, do Masp até a Praça Roosevelt, com marchinhas adaptadas com palavras de ordem que abordavam temas como o machismo, a violência e mostravam que estão na luta em defesa de uma aposentadoria digna e de uma previdência pública.
O aumento da idade minima para aposentadoria – mulheres para 62 anos e homens 65 – esta entre as criticas feita ao projeto que propõe a reforma da previdência. No caso das muulheres, essa mudança é ainda mais perversa pois ignora a jornada dupla, as vezes tripla, diária imposta as trabalhadoras. De acordo com o IBGE as mulheres gastam 20 horas e 30 minutos nos afazeres domésticos e enquanto os homens gastam apenas 10 horas nessas tarefas, ou seja, uma diferença gritante.
Outra questão bastante preocupante é o fim da previdência pública. A propostta é instituir o regime de capitalização, nos moldes do modelo adotado no Chile em 1982, quando a Ditadura de Pinochet enfrentava sua pior crise econômica. O resultado é que, após 30 anos e mesmo com mais de 70 trilhões de pesos arrecadados (R$ 350 bilhões), o Chile paga atualmente, para a maioria dos clientes, pensões inferiores ao valor do salário mínimo chileno.
Contra o machismo e o capital / Mulher e homem vão fazer greve geral
“A força dessa manifestação nos mostra que é possível realizar um forte 22 de Março [dia de lutas chamado pelas centrais] e derrubar a Reforma da Previdência”, avaliou Marcela Azevedo, representante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do MML.
O Sindsef-SP participou da manifestação com uma delegação de mulheres, e homens, que lutam lado a lado para derrubar esse sistema que os oprimem.
Com informações da CSP-Conlutas