Um dia, em uma terra bastante conflituosa, um homem criou uma máquina que podia produzir tudo o que fosse necessário à sobrevivência e satisfação espiritual de toda a população.
Muitos disputaram essa máquina.
Ganhou o que prometeu utilizá-la para o fim pelo qual foi criada, dentre tantas outras propostas. E assim o fez.
Porém, o ser humano é mortal e seu sucessor, que acreditava ser individualmente superior aos demais companheiros, pensava que isso era injusto.
Então, resolveu não mais distribuir tudo que era produzido por essa máquina e sim trocar por bens ou utilidades para satisfazer seus interesses pessoais.
E, dessa forma, tornou-se rico e os outros, pobres.
A máquina, entretanto, nunca perdeu sua função; apenas seus sucessivos operadores resolveram continuar a utilizando para objetivo diverso para o qual foi criada.
Por vezes, alguns lembram dessa finalidade primordial e tentam fazer com seja reconfigurada com a função original.
Contudo, as necessidades egoístas daqueles que continuaram a operando acabam por se impor, em grande parte e na prática pelo uso da violência, apesar da crescente insatisfação de todos os demais.
Alexandre Schnur Gabriel Ferreira