A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) realizou, na noite de 12 de agosto, audiência pública para tratar da greve no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT). O debate contou com a participação de representante do Comando Nacional de Greve (CNG), Luiz Heleno Albuquerque; Sérgio Ronaldo da Silva, pela Condsef; Tarcisio de Freitas, pelo DNIT e Sérgio Mendonça, pelo MPOG.
O servidor e diretor do Sindsef-SP, Paulo Garcia, esteve em Brasília e se somou a diversos outros para acompanhar a audiência. A greve nacional foi deflagrada em 25 de junho e tudo indica que continuará até o governo reconhecer a importância do setor e, consequentemente, equiparar a remuneração dos servidores às carreiras correspondentes.
Luiz Heleno, do CNG, falou da escassez de servidores e do aumento das atribuições do órgão. “O DNIT hoje é responsável por cerca de 20% de toda execução financeira do governo federal e no caso da infraestrutura de transporte e ele responde por 75% de todo o investimento na área”, afirmou.
Em seguida, Sérgio Ronaldo fez duras criticas a proposta apresentada pelo governo e ao processo gritante de terceirização no órgão, que ultrapassa o número de concursados. “O DNIT tem atualmente 2.537 servidores ativos e os trabalhadores terceirizados chegam 2752”. Segundo ele, o valor pago para as empresas que contratam os terceirizados é mais que o dobro da remuneração de um engenheiro no final de carreira, por exemplo. “Preferem dar dinheiro para empresas do que melhorar a remuneração dos trabalhadores”, criticou.
O diretor executivo do Dnit, Tarcísio Freitas, também salientou e reconheceu as questões das aposentadorias e da defasagem salarial.
Sérgio Mendonça, após ser alvo de vaias, admitiu que os salários do Dnit estão abaixo dos praticados nas agências reguladoras, e sinalizou que o governo pretende realizar concursos públicos e negociar com servidores.
Ao final, Luiz Heleno voltou a apelar para que a recomposição salarial, feita em 2008 para várias carreiras, “possa ser feita no DNIT agora, nunca é tarde para gente corrigir”, argumentou.
“Nós não estamos extorquindo o Estado. Estamos pedindo o reconhecimento pelo trabalho que já realizamos”, finalizou.
A greve continua – Em São Paulo, a contraproposta apresentada pelo governo foi rejeitada sumariamente. A assembleia ocorreu no dia 12/08 e reuniu servidores da capital, Taubaté e Regsitro.