Em reunião realizada no dia 12, as oito centrais sindicais avaliaram de forma positiva o Dia Nacional de Greves, Paralisações e manifestações. Agora um novo “Dia Nacional de paralisações” está sendo convocado, para 30 de agosto, visando dar continuidade nas mobilizações para pressionar os governantes a atender as reivindicações da classe trabalhadora.
A CSP-Conlutas foi representada por José Maria de Almeida e Atnágoras Lopes. Para Zé Maria, “ficou demostrado na força das mobilizações ocorridas (em praticamente todos os Estados do país) no último dia 11, que a classe trabalhadora está disposta e vai manter a pressão sobre o governo”.
De acordo com o dirigente, “ou a Dilma atende a pauta dos trabalhadores, até esta data, ou a paralisação nacional pode ser um caminho para uma greve geral no Brasil”.
Muito além do que travamento de Estradas
A adesão dos trabalhadores nos protestos do dia 11 de julho, foi muito além das 50 estradas bloqueadas nas diversas regiões do Brasil. O balanço de todas as Centrais deu ênfase aos milhões de trabalhadores e trabalhadoras que cruzaram os braços, fizeram greves e promoveram a paralisação da produção de diversos setores da indústria, do comércio e de serviços, a exemplo dos metalúrgicos das montadoras de São José dos Campos, Minas Gerais, São Paulo, capital e ABC, Santos e Rio Grande do Sul; Operários da Construção Civil de Fortaleza, Belém e da capital paulista; além de comerciários, setores do transporte em algumas cidades, entre outros.
Para os diversos representantes das Centrais Sindicais a classe entrou com força na defesa de suas reivindicações e isso foi um elemento chave. As organizações presentes também destacaram as ações dos movimentos sociais, em especial do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).
Construindo o dia 30 de agosto
A CSP-Conlutas chegou a propor o chamado a Greve Geral para o dia 30 de agosto. Essa forma, porém, não foi aceita pelas demais centrais. Ao final, todos concordaram com a convocação de um Dia Nacional de Paralisação, marcado para 30 de agosto. Até lá, as centrais vão exigir uma reunião com a presidente Dilma para, mais uma vez, pressionar para o atendimento da pauta unitária: redução do preço e melhor a qualidade dos transportes coletivos; mais investimentos na saúde e educação pública; fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias; redução da jornada de trabalho; fim dos leilões das reservas de petróleo; contra o PL 4330, da terceirização; Reforma Agrária.
Zé Maria reiterou ainda que é importante as Centrais Sindicais seguirem em unidade visando arrancar essas conquistas para os trabalhadores brasileiros. Contudo, o dirigente fez uma ponderação: “Para conquistarmos nossas reivindicações temos que enfrentar os governos, a começar pela presidente Dilma que, não só não atende a nossa pauta, mas segue aplicando uma política a serviço dos interesses do capital. Basta ver a manutenção do superávit primário, o envio de centenas de bilhões de nosso dinheiro público todos os anos pra pagar juros da dívida pública, a desoneração da folha aos empresários, aumento da taxa de juros, as privatizações, etc.”, salientou.
O dirigente da Central disse ainda que nessa batalha os sindicatos têm de ter um lado, ou seja, da classe trabalhadora, contra os patrões e o governo. “Devemos seguir com as mobilizações, realizar os protestos estaduais, preparar o dia nacional de paralisação e irmos criando as condições para realizarmos uma Greve Geral nesse país”, finalizou Zé Maria.
As centrais sindicais definiram ainda que vão pedir uma reunião com o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho) pra discutir sobre os ataques ao movimento sindical com o chamado “interdito proibitório”, com condenações e multas ao movimento. No dia 11 de julho, dezenas de liminares, com aplicação de multas de centenas de milhares de reais, foram concedidas, a pedido de instituições do governo, contra várias centrais sindicais. Os representantes das Centrais estavam indignados com isso. Também ficou definido o dia 6 de agosto como um dia de realização de protesto nos Estados e distrito federal contra o PL 4330.
Estiveram presentes na reunião CSP-Conlutas, CUT, FS, UGT, CGTB, NCST, CTB e CSB.
Fonte: CSP-Conlutas