Manifestantes foram às ruas no Dia Internacional da Mulher protestar contra a violência machista e em defesa de políticas públicas para as trabalhadoras
Na última sexta-feira (08), Dia Internacional da Mulher, a presença de feministas de sindicatos, centrais sindicais, movimentos e coletivos coloriu de lilás e vermelho o Centro paulista. Ombro a ombro, mulheres e companheiros de luta ocuparam as ruas em um ato unificado que teve como principal eixo o combate à violência contra mulheres.
Às 13 horas começou a concentração na Praça da Sé. Faixas contendo as reivindicações foram espalhadas pelo chão do local, ativistas faziam batucadas, preparavam cartazes, pintavam os rostos e maquiavam-se em referência às agressões sofridas cotidianamente por milhares de mulheres.
No carro de som, representantes das organizações fizeram saudações e denúncias. Dentre os problemas levantados está o fato do Brasil ocupar o sétimo lugar no mundo em assassinato de mulheres. Somente em São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública do Estado registrou 944 estupros em janeiro de 2012, mais de 31 casos por dia. “A cada 5 minutos 3 mulheres são espancadas no Brasil!”, relatou Gabriela Arione, representante do Movimento Mulheres em Luta, filiado à CSP-Conlutas.
No contexto da violência, Camila Lisboa, Secretaria Executiva da CSP-Conlutas e também do MML, citou a condenação do goleiro Bruno a 22 anos de prisão pelo assassinato de Eliza Samudio, lembrando que foi uma exceção. Vale destacar que ele ficará apenas 2/5 em regime fechado, ou seja, possivelmente vai pagar pelo crime em casa. “A CSP-Conlutas quer dizer um basta. Não podemos mais admitir que num país governado por uma mulher ainda exista essa violência contra nós, trabalhadoras”.
Lisboa mostrou em sua fala a diferenciação da Central das demais presentes no ato. A CSP-Conlutas, junto aos sindicatos e movimentos filiados, foi se opor ao governo e refletir que, apesar do nosso país ter uma mulher presidente, combater o machismo e seus efeitos está longe de ser uma das prioridades de Dilma Rousseft, ao contrário, sua prioridade é pagar os juros e amortizações da dívida, favorecer os banqueiros e grandes empresários.
Da Sé, os manifestantes saíram em passeata até a Praça Ramos. No caminho, continuaram as falas das representantes da CSP-Conlutas, CUT, Intersindical, Movimento Mulheres em Luta, Marcha Mundial das Mulheres, Confederação das Mulheres Brasileiras, além de outras entidades feministas, sindicatos e partidos políticos.
Brisa Batista, da secretaria de combate às opressões do Sindsef-SP, reforçou que o sindicato está na luta contra o machismo, a violência e o assédio moral. Segundo a diretora, em uma breve pesquisa no site do Ministério do Planejamento verificou-se que as mulheres estão em presença muito menor em relação aos homens nos cargos de comissão (de confiança). Quanto mais alto o cargo, menos mulheres. Já na terceirização, onde a precarização do trabalho é forte, as mulheres estão mais presentes.
De repente, os participantes foram surpreendidos com uma forte chuva. Ainda assim, a manifestação prosseguiu conforme programado.
Confira abaixo as fotos do ato:
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Texto e fotos: Lara Tapety