Vinte e cinco militantes da ex-Convergência Socialista terão seus processos julgados coletivamente pela 77ª Caravana da Anistia nesta sexta-feira (25), no Tuca, na PUC-SP. Esses militantes serão anistiados e receberão reparação política. Não será um julgamento individual, mas sim uma Caravana da Anistia específica da Convergência Socialista, o que implica em um reconhecimento oficial da luta dessa organização contra a ditadura militar brasileira.
Segundo a Comissão de Anistia, “além do julgamento de processos de anistia política, essas iniciativas objetivam promover a reflexão e o resgate histórico de fatos que marcaram esse período, dando ênfase aos movimentos de resistência”. De acordo com um dos integrantes da Comissão de Presos e Perseguidos Políticos da ex-Convergência Socialista, Américo Gomes, essa é uma grande vitória. “Num momento em que os trabalhadores e a juventude ganham as ruas em grandes manifestações, e que a classe operária vem retomando seu principal método de luta, com a realização de greves, essa é uma grande conquista; e também é uma iniciativa importante num momento em que os movimentos de luta e resistência no Brasil vêm sofrendo tanta criminalização”, salienta Américo.
Participação da CSP-Conlutas – A Central integra as iniciativas da Comissão da Verdade que buscam resgatar a participação dos trabalhadores brasileiros na luta contra a ditadura militar pós 1964. Há integrantes seus que também foram militantes da Convergência Socialista. A CSP-Conlutas, juntamente com outras organizações do movimento sindical e social, está participando do Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores”. A iniciativa, sob coordenação de Rose Cardoso, da Comissão de Verdade, tem o objetivo de apurar os crimes, desaparecimentos e perseguições aos trabalhadores e sindicalistas durante o regime da Ditadura Militar, no período de 1964 a 1985. Além disso, pretende apontar a importância da luta dos trabalhadores brasileiros na resistência à ditadura militar.
De acordo com o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha, a Central apresentou uma série de documentos que comprovam o vinculo das empresas com a repressão. “Esse material servirá de base para o processo de investigação que será realizado bem como as recomendações para exigir indenização das empresas que colaboraram com o regime”, ressalta.
Diversos sindicatos ligados à Central já começaram a impulsionar essa campanha e também fizeram o lançamento do GT em suas bases, entre eles, o Sindipetro AL/SE, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e o Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
A Caravana da Anistia da Convergência Socialista ocorre nesta sexta-feira (25), a partir das 9h, no Teatro da Pontifícia Universidade Católica, TUCA, na Rua Monte Alegre, 984.
Fonte: CSP-Conlutas