Dia da Consciência Negra contou com um rico debate sobre “Aspectos teóricos e práticos da Desigualdade”

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Estudantes do IFSP do Campus São Paulo, funcionários, militantes e diretores do Sinasefe/SP e do Sindsef/SP acompanharam o debate sobre os “Aspectos teóricos e práticos da desigualdade entre negros e não negros”.

O evento foi uma iniciativa do Sinasefe – Seção Sindical de São Paulo e do Sindsef-SP para celebrar o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. Os palestrantes confrontaram o mito da democracia racial com a realidade do cotidiano da população negra.

Em cumprimento a Lei 12.981, sancionada em maio de 2014, a abertura da atividade contou com a execução do Hino à Negritude, de autoria do militante Eduardo de Oliveira, primeiro vereador negro de São Paulo. De acordo com a lei, o hino deve ser executado obrigatoriamente em cerimônias públicas organizadas para homenagear a comunidade negra.

Na sequência foi formada uma mesa de saudação, composta pelo diretor geral do Campus São Paulo, professor Luís Claudio M. de Lima Jr.; pelo professor José Francisco Ferreira de Oliveira, militante do movimento negro e filho do compositor do Hino à negritude; e pela diretora do Sindsef-SP, Bernadete Serafim, ativista do Movimento Quilombo Raça e Classe e do GT de Negros da CSP-Conlutas.

As saudações abordaram temas como padrão de beleza hegemônico, sistemas de cotas e mercado de trabalho, a presença da mulher negra na luta pela liberdade e a importância em dar visibilidade ao dia 20 de novembro.

O diretor do Campus falou sobre a importância de dar visibilidade ao Dia da Consciência Negra, “o negro sabe que o preconceito existe, que é real!”, comentou. Outro ponto abordado por Luís Claudio foi o padrão de beleza hegemônico que não valoriza o diferente e estimula o preconceito racial. O professor pediu aos presentes que observem com atenção suas atitudes e lutem contra o preconceito no dia a dia. “Esta data deve ser comemorada por todos! Feliz dia da consciência negra, que a gente possa ter mais consciência e eliminar o preconceito”.

Em seguida, o professor Ferreira lembrou que cresceu ouvindo o hino à negritude e defendeu sua execução: “é uma forma de conhecer e celebrar os nossos valores”.  Observou a diferença entre celebrar o dia 20 de novembro e o 13 de maio. “Alguém tem ideia do que aconteceu no dia 14 de maio de 1888, após a princesa assinar a Lei Áurea?”, questionou.  Os negros ficaram livres, mas foram  deixados à margem da sociedade, sem emprego, sem moradia e sem nenhuma politica que buscasse reparar as atrocidades praticadas pelos senhores brancos.

Ferreira destacou o papel das mulheres negras após a Lei Áurea, que ficaram responsáveis pelo sustento das famílias, “pois entre os libertos quem tinha emprego eram as mulheres, que trabalhavam como amas de leite, cozinheiras, mucamas”. Esta herança persegue as mulheres negras até os dias atuais, afinal qual o grupo étnico que ocupa a maioria dos empregos domésticos?

Bernadete Serafim defendeu o sistema de cotas como ações compensatórias e lembrou “quando não foi possível manter a mão de obra escrava, a saída encontrada pelo governo e pelos grandes fazendeiros foi incentivar a vinda de mão-de-obra de fora do país”.

“Dedicar um dia para homenagear a comunidade negra é uma forma de compensação, alias este feriado deveria ser nacional”, continuou.

“Nós temos que fazer essa discussão todos os dias e levá-la para todos os espaços seja no ambiente de trabalho e em nossas relações pessoais”, encerrou.

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