Duas atividades de preparação para mobilizações marcaram o 22 de janeiro

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O lançamento da Campanha Salarial 2014 dos servidores públicos federais e a primeira reunião de organização do 08 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, aconteceram no mesmo horário da última quinta-feira, 22/01, em São Paulo/SP.

Mais de 120 pessoas reuniram-se no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev-SP) para iniciar localmente os preparativos da Campanha Salarial. Estavam na plenária representantes de diversas entidades do funcionalismo público federal, como do Sindsef-SP, Sintrajud, Sinal, Sintunifesp, Sindsusep, Associação Nacional Unafisco, Sintufabc, Sindfaz e o Sindicato dos Trabalhadores do IBGE, além dirigentes da CSP-Conlutas. Foram dados informes sobre a conjuntura do país nesse ano, a campanha e as perspectivas.

O diretor do Sindsef-SP, Pedro Paulino, fez uma intervenção relativa ao órgão onde atua, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Para o secretário de assuntos jurídicos, existe “dificuldade de tirar a categoria da inércia” em algumas gerências, especialmente devido ao desgaste causado pelo acordo de compensação de horas da última vez que os trabalhadores cruzaram os braços em peso.

Desde o ano passado, o sindicato vem dialogando com a base rumo a uma possível greve, conforme previsto no calendário do Fórum de Entidades Nacionais do Serviço Público Federal. A partir do final de janeiro, inicia-se a rodada de assembleias nos locais de trabalho para impulsionar a campanha nacional unificada.

Como aconteceu em São Paulo, plenárias, seminários, palestras e atos também foram realizadas na maioria dos estados do Brasil. O próximo passo do calendário unificado será um grande ato nacional em Brasília. 

 

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Organização das ações conjuntas do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

Enquanto acontecia a atividade dos servidores, dezenas de feministas lotavam o espaço do Centro Integrado da Mulher (CIM) para organizar as ações do histórico dia 08 de março. A maioria das participantes fazem parte de coletivos, organizações, sindicatos e movimentos sociais. Entre eles, o Movimento Mulheres em Luta (MML), a Marcha Mundial de Mulheres, a Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL) e, claro, o Sindsef-SP também não ficou de fora. A secretaria contra opressões e servidores da Defensoria Pública da União (DPU), Brisa Batista, marcou presença.

A mulherada discutiu a conjuntura política com enfoque no gênero. Consecutivas intervenções apresentaram consenso de que o Brasil não é o mesmo desde a onda de protestos de junho de 2013 e fizeram questão de frisar o papel das mulheres, que eram maioria entre os manifestantes, nesse processo de luta.

“O fato de ter mais mulheres na rua é muito forte, considerando que a nossa educação ainda diz que devemos ficar em casa. A gente tem a chance de que o 08 de março de 2014 seja mais um capítulo dessa história que começou no ano passado”, frisou Camila Lisboa, do MML.

Para Camila, o movimento feminista deve conciliar as reivindicações das mulheres com a crítica à realização da Copa do Mundo: “A gente quer menos dinheiro para a Copa e mais dinheiro para investimento nos programas de combate à violência”. Ela denunciou, ainda, que no ano de 2012 houve mais de 50 mil denúncias de estupros. “Não queremos que o Brasil se torne como a Índia nesse quesito, e mais, precisamos defender a luta das companheiras deste país”, disse.

Por outro lado, quando se fala em combate a violência, as feministas deixam claro que não se trata de usar violência estatal para isto. Sandra Mariano, da Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras do Estado de São Paulo, questionou o orçamento do governo federal destinado para a segurança pública. “É um absurdo que o investimento em bala e cassetete seja maior do que em educação e saúde”, frisou.

Sandra aproveitou a oportunidade para falar sobre o fenômeno “rolezinhos”, em que jovens da periferia se encontram para passear nos shoppings. Para a senhora, os “rolezinhos” escancaram que “quem é visado pela repressão policial tem cor e classe, são os negros e pobres”.

Ainda a respeito da repressão e da criminalização, Talita Tecedor, do Coletivo Ana Montenegro, falou que há um crescimento de movimentos fascistas. Ela relatou casos de que militantes de organizações de esquerda foram expulsos de manifestações por estarem caracterizados com camisas e adesivos.

Além disso, Talita destacou também como um elemento novo na situação do país o aumento dos “estupros corretivos” (quando as vítimas são violentadas para mudarem sua orientação sexual de lésbica para heterossexual) e do tráfico de mulheres, principalmente para o entorno das obras dos megaeventos (isto é, garotas são exploradas sexualmente por homens a serviço da construção dos estádios para a Copa).

Entre outros pontos discutidos estavam a luta pela regulamentação do trabalho doméstico, que ainda não foi aprovada no Congresso Nacional; por políticas públicas para as mulheres; a denúncia do “Bolsa Estupro” e a necessidade de exigir sua anulação e a polêmica reforma política.

Ao final, as ativistas do MML convidaram as companheiras para participar do início da reunião da executiva do movimento, que irá discutir a Campanha Nacional Contra a Violência a Mulher, a partir das 9h deste próximo sábado, 24/01, na sede nacional da CSP-Conlutas (Rua Boa Vista, 76 – 11° andar). A iniciativa da campanha foi uma deliberação do 1º Encontro do MML, que contou com a presença de 2.300 pessoas, em outubro do ano passado.

As próximas reuniões de organização das manifestações do dia 08 de março vão acontecer todas as quartas-feiras, às 18h, na sede da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), localizada na Praça da República, nº 282.

 

Foto: Manuel Messina/Sinsprev-SP 

Texto: Lara Tapety
Imprensa/Sindsef-SP

 

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