É preciso unificar as campanhas salariais e ampliar as lutas por direitos

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As campanhas salariais do segundo semestre começaram. Trabalhadores do Correios, metalúrgicos, bancários e petroleiros estão indo à luta por aumento salarial e melhores condições de trabalho e de vida.

Os trabalhadores dos Correios, em greve desde 12 de setembro, se enfrentam com as direções das federações que os representam: Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Correios) e Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas e Telégrafos e Similares Correios), que tentam dividir o movimento.

Mas a categoria demonstra disposição e seguindo orientação da FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios), ligada à CSP-Conlutas, mantêm o movimento paredista. Apesar do retorno de parte dos trabalhadores as atividades, a greve atinge mais de 20 estados.

Os metalúrgicos de São Paulo deram o exemplo e unificaram sua Campanha Salarial. Já realizam greves e paralisações de 24 horas em importantes fábricas de São José dos Campos e do Grande ABC, com mais de 8 mil trabalhadores parados.

É evidente que os empresários irão usar a queda na produção da indústria, que de acordo com dados o IBGE tem retração 0,8%, para apresentar propostas rebaixadas na hora de sentar à mesa de negociações nas campanhas salariais.

Contudo, esses setores da indústria foram os que mais receberam incentivos do governo com isenções de tributos e investimentos. O gasto do governo para salvar bancos e empresas já corroeu 16,5% do PIB (Produto Interno Bruto) o que representa R$ 832 bilhões. Essa conta eles não mostram!

Os bancários, que deflagraram greve no dia 19, também se deparam com intransigência dos banqueiros em oferecer somente 6,1% de reajuste à categoria.

Entretanto, os bancos obtiveram lucros exorbitantes. Só o Banco do Brasil no primeiro semestre registrou o maior lucro da história dos bancos brasileiros, R$10,03 bilhões.
Os petroleiros também estão em Campanha salarial e com slogan:  “16,53 de aumento no salário base, sim! Leilão de Libra, não!” sintetizam a batalha que a FNP  (Federação Nacional dos Petroleiros), seus sindicatos e as oposições terão nos próximos dias: demonstrar aos trabalhadores a necessidade de que as duas batalhas se convertam em uma única luta, pois com leilão e privatização não há possibilidade de uma campanha reivindicatória, de fato, vitoriosa.

Incorporar a campanha contra leilão do pré-sal – A tentativa de aprofundamento das privatizações tem como principal foco o leilão de libra do pré-sal, previsto para acontecer no dia 21 de outubro. A principal campanha da Central no próximo mês será barrar esse leilão que entregará as riquezas do país para o capital estrangeiro. Nas campanhas salariais, é preciso também buscar incorporar essa campanha com a votação de moções de repúdio ao leilão nas assembleias, por exemplo, entre outras ações.
 
É preciso lutar por uma pauta ampla e unificar as lutas – Por isso, as categorias que estão campanhas salariais e se enfrentam com os patrões e o governo, devem unificar suas lutas. As empresas ou o governo não medirão esforços para impedir a organização dos trabalhadores, reprimindo as greves com o corte de ponto ou acionando a justiça. E para garantir seus lucros e privilégios, irão apresentar ou já apresentaram propostas rebaixadas que, em muitos casos, não contemplam sequer a inflação do período.

Além disso, essas campanhas salariais ocorrem em um período de ataques, tanto político quanto econômico, aos trabalhadores.

O governo e os empresários tentam ampliar e consolidar as terceirizações com a aprovação do PL 4330.

A inflação do período avançou de 0,16% em agosto para 0,27% em setembro. Isso após ter se mantido estável pela baixa nos valores das passagens de transporte público, conquistado com mobilização. A precariedade nos serviços de saúde, educação e transporte de público e de qualidade.

Por isso, além de exigir melhores salários, é preciso também fazer a exigência de barrar os leilões do petróleo, barrar a PL 4330, das terceirizações.

Todas essas questões e as reivindicações acerca desses temas, levantadas nas mobilizações de junho, julho e agosto, devem continuar sendo pautadas nas campanhas salariais.

Neste sentido, a luta é uma só e a unidade de todos os trabalhadores é o caminho para conquistar direitos.

Assista ao vídeo da CSP-Conlutas sobre as perspectivas para o próximo período.

Fonte: CSP-Conlutas

 

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