“Ei, PM, não foi suicídio” – Criminalização da homofobia, já!

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Na sexta-feira, 17/01, foi realizado um ato para reivindicar o esclarecimento da morte do jovem Kaique Augusto Barista (17 anos), encontrado morto no sábado anterior pela Polícia Militar, que registrou a ocorrência como suicídio, apesar de claros indícios de crime homofóbico.

Quando o corpo de kaique foi retirado do local de sua morte estava desfigurado, com vários ferimentos no rosto, os dentes quebrados e a perna perfurada por uma barra de ferro. Três dias depois, a família, desesperada à procura do rapaz, fez o reconhecimento do corpo no Instituto Médico-Legal. Os parentes e amigos acreditam que ele foi vítima de assassinato motivado pelo fato de ser gay.

O caso chama atenção porque se assemelha a situações vividas no período da ditadura militar brasileira, em que os ativistas eram torturados até morrer e na certidão de óbito constava suicídio como a causa. Infelizmente, não é um fato isolado. Ganhou repercussão midiática e trouxe a tona, com mais força, o debate sobre a criminalização da homofobia, que vem sendo deixado de lado pelos governos.

Sem nenhuma ação governamental para impedir os assassinatos de acontecerem, a última década, que coincide com os mandatos de Lula e Dilma (PT), foram os anos em que mais homofobia cresceu. Um relatório produzido pelo GGB (Grupo Gay da Bahia) em 2011 apontou que, no Brasil, um homossexual é morto a cada 26 horas e esse tipo de crime aumentou 143% nos últimos cinco anos.

Ato por justiça

O ato começou por volta das 18h30 no Largo do Arouche, onde os participantes fizeram uso do microfone. Em seguida, todos partiram em caminhada até o Viaduto 9 de Julho, para homenagear o jovem, que foi encontrado falecido na calçada em baixo do local. Os manifestantes fizeram um minuto de silêncio e gritaram palavras de ordem como “Kaique, presente!”, “Kaique, eu vou lutar, a sua morte o Estado vai pagar!” e “Ei, PM, não foi suicídio!”.

O protesto, encerrado na Secretaria de Segurança Publica do Estado de São Paulo, contou com a presença de amigos e parentes da vítima, sindicalistas, militantes de partidos de esquerda, ativistas defensores das reivindicações do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, muitos ligados à ANEL e à CSP-Conlutas e, ainda, com figuras públicas, como a cartunista bissexual transgênero Laerte Coutinho.

Em entrevista a imprensa do Sindsef-SP, Laerte esclareceu que os LGBTs não estão lutando por um privilégio, mas por um direito. “Não estamos buscando algum tipo de configuração legal que beneficie um setor da sociedade. Estamos buscando uma liberdade que diz respeito a todo mundo. A liberdade de poder se compreender, se aceitar, viver a sua orientação e a sua condição é algo de se deve assistir a todos”, disse.

Para a cartunista, a criminalização da homofobia vai ao sentido de que todos fazem parte da população e tem o direito de viver como deseja. Laerte deixou o recado: “A gente erra quando a gente tenta compreender a população LGBT como e fosse um enclave, uma população de ETs que chegaram ao planeta. Nós somos parte da população e o direito que temos de viver como queremos deve ser garantido para qualquer pessoa”

 

 

Por Lara Tapety
Imprensa/ Sindsef-SP

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