Funcionalismo público federal fortalece Dia Nacional de Paralisações

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Servidores públicos federais aderiram à mobilização do dia 30 de agosto. Da base do Sindsef-SP, participaram da manifestação na Avenida Paulista trabalhadores do ICMBio, Ibama, ex-LBA, MTE, SPU, Incra e do Ipen. O pessoal deste último também esteve presente no bloqueio do portão da USP.

A atividade em frente ao Fórum Cível Pedro Lessa foi conjunta com o Sintrajud, Sinsprev e Sinal, e contou com trabalhadores de outras categorias, como metroviários. Paralelamente, químicos e bancários estavam concentrados no Vão do MASP, enquanto professores vinham em passeata da Praça da República para se reunirem com os demais segmentos presentes na avenida.

Na capital, além dos órgãos mencionados do poder executivo, também houve paralisação na Fundacentro e no Dnit, que está em greve. Pela manhã, foi realizado um ato em frente ao INSS, no Viaduto Santa Ifigênia. Em Santos, a Marinha Mercante parou e, nos municípios de Presidente Prudente e São José dos Campos, o MTE fez o mesmo. No total, mais de 10 órgãos do executivo federal se somaram a proposta das centrais sindicais.

Para o servidor do Ibama e diretor do Sindsef-SP, Carlos Daniel, a adesão ocorreu porque o setor tem concordância com a pauta unificada de reivindicações: “Nós, servidores públicos federais, temos total acordo com a pauta das centrais sindicais, mas nós também temos nossa pauta específica”. A respeito das reivindicações do funcionalismo, foi destacada a necessidade de antecipação da última parcela do reajuste, de 2015 para janeiro de 2014. Carlos Daniel afirmou que “o aumento que Dilma prometeu para 2015, a inflação já comeu” e defendeu, ainda, a incorporação dos benefícios ao vencimento básico, a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas e a anulação da reforma da previdência.

O fato da reforma da previdência ainda não ter sido revogada foi alvo de crítica de Filipe Augusto, que é do INSS e da membro diretoria do Sinsprev.  “Mesmo depois da condenação dos corruptos mensaleiros, comprovando que projetos de lei foram aprovados através da compra de votos em 2003, políticas anti-trabalhadores, como a reforma da previdência e a lei de falência, têm a sua revogação negada pelo Supremo Tribunal Federal. Isso é uma vergonha!”, denunciou. De acordo com o sindicalista, por causa disso, muitos servidores públicos precisam trabalhar 10 anos a mais para conseguirem se aposentar. Por outro lado, os deputados têm aumentos salariais absurdos todos os anos e os banqueiros tiveram mais de 300% de crescimento no seu percentual de lucro nos últimos 10 anos, com o PT no governo.

Glauber Girotto, servidor da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e diretor do Sindsef-SP, apontou que o descaso do Estado com os bens públicos é tão grande que a categoria conseguiu fazer paralisação. “Infelizmente, essa lógica se repete não só com os imóveis, mas com tudo que é público”.

Foi justamente devido à falta de compromisso de Dilma Rousseft com os serviços públicos e por causa da repressão policial que as manifestações encabeçadas pela juventude ganharam força, sugeriu a ex-diretora da Fenajufe e do Sintrajud, Ana Luiza Figueiredo. A servidora do Judiciário Federal explicou que a onda de protestos, para além de não ser apenas pela revogação dos R$0,20 de reajuste nas tarifas de transporte, mostrou que “é possível lutar, e é possível vencer”. 

Representando a CSP-Conlutas no estado, Helton Ribeiro, falou que o evento é importante porque unifica toda a classe trabalhadora em torno de uma pauta que vai no sentido de uma mudança na política econômica do governo. “O governo propôs uma reforma política que não atende minimamente as vozes das ruas, por isso, nós estamos aqui hoje como estivemos no dia 11 de julho, colocando a pauta dos trabalhadores em discussão, colocando as nossas reivindicações, como de investimento de 10% do PIB na educação, 10% do PIB na saúde e o não pagamento da dívida pública”.

Helton, que é servidor do Incra e também faz parte da direção do Sindsef-SP, aproveitou a oportunidade para destacar a pauta da reforma agrária que, segundo ele, foi completamente abandonada pelo governo federal e que tem muito a ver com a submissão deste com o setor financeiro. No Brasil, este setor está atrelado ao agronegócio, que detém o monopólio da terra, em detrimento aos direitos dos trabalhadores do campo, aos quilombolas e indígenas. “É por isso que estamos lutando, pelos direitos de todos os trabalhadores, sejam do campo, sejam da cidade, seja da iniciativa privada, seja do setor público. Vamos à luta até a vitória!”, finalizou.

 

 

Por Lara Tapety / Sindsef-SP 

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