Por democracia, estudantes ocupam a reitoria da USP e discutem greve

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Falta de democracia, repressão, opressão e assédio moral. Ninguém imagina que tudo isso existe na instituição de ensino superior mais prestigiada do Brasil.

Quando nem mesmo o Conselho Universitário que discutia a democratização da Universidade de São Paulo foi aberto à comunidade acadêmica pelo reitor João Grandino Rodas, conhecido por mandar a polícia militar bater em estudantes, não restou outra saída a não ser protestar. A reitoria da USP está ocupada!

A ocupação aconteceu após uma tarde de manifestação. Enquanto estudantes protestavam do lado de fora, tentando encontrar uma forma de participar da reunião do Conselho, de portas fechadas, foram rejeitadas as eleições diretas para o cargo de reitor e vice-reitor. Somente mudanças na escolha dos nomes que irão compor a chamada lista tríplice foram definidas – o que não representa nenhum avanço para a democracia universitária, porque o que estudantes e trabalhadores querem é o fim da lista. Ao invés da eleição ser feita em três etapas (primeiro turno, segundo turno e nomeação), será em somente um turno.

Até o ano passado, a USP, a maior universidade pública brasileira, tinha mais de 92 mil alunos matriculados, porém, quem vai definir a lista tríplice é a “Assembleia Universitária”, formada por apenas cerca de 2 mil representantes (que inclui o Conselho Universitário, Conselhos Centrais, Congregações das Unidades e os Conselhos Deliberativos dos Museus e dos Institutos Especializados) e, pior, no final das contas, a decisão continua nas mãos do governador de São Paulo, no caso, do “tucano” Geraldo Alckmin.

Na noite de terça-feira (01/10), mais de mil estudantes, em assembleia, decidiram manter a ocupação da reitoria, na Cidade Universitária, Zona Oeste de São Paulo, e decretaram greve. A pauta de reivindicações aprovada foi: por eleição direta paritária para reitor, diretores e chefes de departamento; fim da lista tríplice; a formação de uma estatuinte livre, soberana e democrática e; a dissolução do Conselho Universitário. Numa votação mais polêmica, a maioria dos alunos deliberou em favor de um governo tripartite (um representante dos estudantes, um dos funcionários e outro dos docentes), eleitos por voto paritário e com mandatos revogáveis e submetidos à assembleia universitária, em substituição ao cargo de reitor.

Nesta quarta, os estudantes vão passar em sala para chamar mais pessoas para ocupação e, em vários cursos, serão realizadas assembleias com objetivo de discutir a greve geral e as pautas específicas para a luta da ocupação.   

 

Confira as reivindicações:

-Eleições diretas e paritárias para reitor, diretores e chefes de departamentos;

-Fim da lista tríplice;

-Estatuinte livre, democrática e soberana;

-Dissolução do Conselho Universitário.

 

Acompanhe notícias sobre este e outros temas no site da Assembleia dos Estudantes – Livre (ANEL)anelonline.com

 

Foto: Leonardo Neiva/G1 

 

Com informações da ANEL  e do G1.

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