O Sindsef-SP e o Sinsprev promoveram o debate “servidoras públicas unidas em defesa dos seus direitos”, com as palestrantes Ana Luiza Figueiredo, do TRF-3; Joselice Rocha, do Instituto Chico Mendes, e Gabriela Arione, professora da Rede Estadual.
Em pauta o Balanço do governo Dilma e o serviço público e a organização das mulheres no movimento sindical. A atividade foi realizada no dia 08 de março, após o ato político em homenagem ao Dia Internacional de Luta da Mulher, na Praça da Sé.
Mulheres e homens acompanharam as palestrantes falando sobre as diversas formas de machismo que cotidianamente atingem as mulheres.
Ana Luiza iniciou o debate falando sobre a perda de direitos no serviço público, que em geral prejudica principalmente as mulheres. Ana usou como exemplo o auxilio creche “que há tempos não atende as necessidades das mães trabalhadoras”.
E continuou: “É uma forma de violência uma mãe não ter onde deixar seus filhos quando sai para trabalhar e as servidoras públicas estão cada vez mais vivendo essa situação”, comentou.
A dupla jornada de trabalho, o aumento da carga de trabalho e a revogação da reforma da previdência também foram abordados pela servidora do judiciário. “para nós mulheres com a dupla jornada essa questão da aposentadoria e da permanência no local de trabalho significa um esforço e um adoecimento muito grande”.
Ana relatou que no judiciário cerca de 70% dos trabalhadores e trabalhadoras já foram vitimas ou presenciaram algum tipo de situação de assédio moral. Segundo ela, também existem muitos casos de assédio sexual na categoria.
Ana encerrou sua apresentação dizendo que é preciso extirpar o machismo e toda forma de opressão do meio da classe trabalhadora. “Precisamos dar um combate ao machismo que existe dentro da nossa classe é preciso ganhar os homens para romper com a postura machista”, concluiu.
Joselice Rocha destacou a importância da atividade “a luta é de todos, principalmente no combate a violência contra a mulher que é crescente”, observou. Em seguida, falou da iniciativa do Sindsef-SP em criar a Secretaria de Combate às Opressões.
Jô lembrou das diferentes formas de violência “que vão degradando as mulheres enquanto ser humano” e chamou a atenção para falta de recursos humanos nos órgãos, para acompanhar a situação emocional das trabalhadoras e trabalhadores. Ainda defendeu a solidariedade entre as companheiras e companheiros como ferramenta para combater a opressão.
Jô trouxe para o debate a Lei Maria da Penha e a necessidade de pressionar o governo a disponibilizar verbas para a construção de casas abrigos e assim proteger a mulher agredia.
A desigualdade existente na hierarquia do funcionalismo também foi comentada. Jô apresentou dados de uma pesquisa realizada em 2008 referente aos cargos de DAS (Direção e Assessoramento Superior), “nos cargos mais baixo, DAS1, a participação da mulher chega a 45%, mas quando olhamos o DAS6 – cargo mais alto, a presença das mulheres cai para 20%”, mostrou.
A integrante do Movimento Mulheres em Luta, Gabriela Arione, encerrou a atividade resgatando o caso de estupro que aconteceu na Índia, a condenação do goleiro Bruno e o estupro coletivo praticado por uma banda musical do nordeste. Todos estes exemplos foram usados para chamar atenção sobre a o aumento alarmante de estupros no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro onde 16 mulheres são estupradas por dia.
Gabrilea ressaltou que as mulheres precisam lutar não só contra a violência física, mas também contra a violência capitalista, que é quem lucra com essa situação.