Marte Um, do diretor Gabriel Martins, é um filme preto e periférico, que empregou 200 pessoas. Uma crônica do cotidiano de uma família negra que vive na periferia de Belo Horizonte/MG. O pai, Wellington, faz serviços gerais em um condomínio de alto padrão. A mãe, Tércia, é faxineira. A filha, Eunice, cursa Direito numa universidade federal, feminista, sai de casa para morar com a namorada. O filho, Deivinho, enquanto o pai sonha em vê-lo se tornar um craque do Cruzeiro, deseja ser astrofísico.

Assim por cerca de duas horas adentramos a vida desta família e seus conflitos ao meio da eleição de um presidente de direita no final de 2018, da crise financeira, do desemprego. E o que fazer em relação a tudo isso? “Uai, a gente dá um jeito”. De forma singela, o filme discute luta de classes, machismo e sociedade patriarcal, acesso à educação, racismo estrutural, sociedade do espetáculo, alcoolismo. Uma família brasileira como tantas outras, que tenta sobreviver.

Vale a pena assistir.

Contribuição do Coletivo de Comunicação