Sindsef-SP promoveu no Ibama debate sobre violência machista

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O Sindsef-SP promoveu um debate sobre a violência sofrida pelas mulheres no cotidiano. O evento reuniu servidoras (es) públicas e trabalhadoras terceirizadas no auditório da superintendência do Ibama/SP, na tarde de 8 de abril. A atividade visa ampliar o combate ao machismo e colocar em evidência as diferentes formas de violência que atingem as mulheres.

A diretora do Sindsef-SP e servidora do ICMBio, Joselice Rocha, saudou as presentes e exaltou a importância da participação das terceirizadas na atividade. O debate é continuação das homenagens ao Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras e ainda deve ocorrer em outros órgãos da base do sindicato.

A introdução do tema foi feita pela professora Joaninha Oliveira, que utilizou dados de estudos feitos pelo Movimento Mulheres em Luta (MML) e do Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese). Joaninha, que é membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, lembrou que a violência física não é a única forma de opressão que atinge as mulheres, “mas certamente é a face mais brutal do machismo”.

Diariamente elas enfrentam o caos nos transportes públicos, onde são assediadas. A falta de creche é outro ato de violência. Além disso, sofrem dentro de seus lares e em seus locais de trabalhos agressões psicológicas.

A falta de oportunidade profissional e a desigualdade salarial também são formas de violência, pois muitas vezes deixam a mulher dependente economicamente de seus companheiros agressores.

Joaninha chamou a atenção para alguns exemplos de práticas machistas. “Quando um companheiro diz que ajuda nas tarefas do lar é uma demonstração de machismo”, afirmou. Isso porque “o termo ajudar é usado por partir do pressuposto que a tarefa não é dele”, explicou. Enquanto ouviam, as participantes acenavam afirmativamente, talvez se identificando com as situações apresentadas.

A falta de verbas para combater a violência doméstica também foi pauta do debate. O fato de o Brasil ser governado por uma mulher não foi capaz de diminuir os números da violência machista, que chega a matar 15 mulheres por dia.  Na avaliação de Joaninha, o principal motivo está nas prioridades deste governo “que destina 44% do orçamento do país para o pagamento de juros da dívida”.

Levantamento do Movimento Mulheres em Luta demonstram que durante o governo do PT foi gasto apenas R$0,26 por mulher no combate à violência machista. “A Lei Maria da Penha é importante, mais é insuficiente”, argumentou Joaninha. Esta afirmação se comprova na quantidade de delegacia especializada em atendimento à mulher (297) e no número de casa abrigo (77), por exemplo. Vale destacar que estas poucas unidades estão distribuídas pelo Brasil, um país com dimensões de continente e que ocupa o 7º lugar, num ranking de 84 países, onde há mais violência contra a mulher.

As intervenções do plenário contribuíram para enriquecer o debate. Uma servidora questionou a obrigação que as mulheres têm perante a sociedade de ser mãe. Outra levantou o debate sobre a criminalização do aborto, alegando que é preciso tirar do Estado o poder de decidir sobre o corpo da mulher.

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