O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo (Sindsef-SP) expressa indignação ao tratamento violento e desumano dispensado pela Polícia Militar de São Paulo, que resultou na perda irreparável de outro jovem negro e periférico.
Matheus, 21 anos, andava de moto no começo da manhã de domingo (25), quando um policial militar portando um fuzil, na tentativa de derruba-lo, se jogou ao seu encontro. A arma cortou a jugular do jovem, que sangrou até a morte.
O relato angustiante da tia de Matheus, Aline, revela a brutalidade desmedida de uma abordagem policial. O uso excessivo da força, culminando na tragédia que ceifou a vida de Matheus, não pode ser tolerado nem justificado.
Aline conta que, ao ver o sobrinho caído no chão, largado como uma roupa suja, ainda foi destratada por um policial. A família está muito abalada com o que aconteceu.
O tratamento discriminatório e violento dispensado pela polícia em determinadas áreas, contrasta com a servidão dos mesmos em áreas nobres.
Repudiamos veementemente as tentativas de responsabilizar a vítima por sua própria morte, como se a mera presença em seu próprio bairro fosse motivo para ser alvo de violência policial. As declarações evasivas das autoridades competentes são uma afronta à justiça e à memória de Matheus.
Exigimos uma investigação imparcial e rigorosa sobre o ocorrido, com a responsabilização exemplar de todos os envolvidos nessa trágica “operação”. A impunidade não pode mais prevalecer diante de casos tão graves como este.
À família estendemos nosso apoio e solidariedade neste momento de dor e luto. Que a memória de Matheus seja honrada com a busca incansável por justiça, para que enfim tragédias como essa não se repitam.
Na Brasilândia e em todas as comunidades periféricas, reafirmamos: NOSSAS VIDAS IMPORTAM!