Vidas negras importam!

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Não é novidade pra ninguém que as forças policiais são racistas. Porém, o levantamento, nomeado assertivamente como “A cor da violência policial: a bala não erra o alvo”, contabilizou os corpos resultantes das ações policiais e identificou como racismo essa matança. Tudo isso a partir dos dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, diretamente com as secretarias de segurança dos estados. 

A pesquisa realizada em 2019, pela Rede de Observatório da Segurança, revela algo que os pretos já sabem, a população negra é o alvo da violência policial. A conclusão, do estudo, se restringe aos cinco estados monitorados pelas instituições acadêmicas e da sociedade civil da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo dedicadas a acompanhar políticas públicas de segurança e a criminalidade nesses estados.

As balas da polícia acham tantos corpos pretos, certamente porque esses corpos são considerados como excedentes e podem morrer. Será essa a retomada da política de branqueamento do Brasil, já que, sinceramente, a impressão que temos é que foi liberado o extermínio da população negra?

Em São Paulo, mesmo com a diminuição do número geral de homicídios, existe um crescimento de mortes em ações policiais e o estado chega a registrar 63% de negros entre os óbitos – sendo que, a população negra representa 34%. Já a polícia do Rio de Janeiro matou, 1814 pessoas, o maior número em 30 anos, 86% delas negras.

A pesquisa aponta, através das estatísticas e também do acompanhamento diário dos casos, que a diferença na abordagem policial tende a ser mais violenta quando o individuo é negro, inclusive, a chance de ocorrer uma execução durante o patrulhamento ou operação é maior.

Parem de nos matar!

Emilly e Rebeca, de 4 e 7 anos, foram baleadas enquanto brincavam na porta de casa; Testemunhas afirmam, categoricamente, que o tiro partiu da viatura da Policia Militar que estava a 50 metros do local. A polícia nega ter efetuado disparos. 

Ativista negra, Jane Beatriz Silva Nunes, morre durante ação da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. A vizinha de Jane, afirma ter presenciado a cena e diz que a mulher foi empurrada pela polícia. De acordo com a advogada da ONG Themis, Marcia Soares,  Jane morreu em decorrência da queda da escada de sua casa, na Vila Cruzeiro. Jane teria resistido e pedido às autoridades para ver o mandado para entrar na casa, de acordo com a advogada. A assessoria da Brigada Militar, porém, enviou informações de que o Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul identificou como causa da morte o “rompimento espontâneo” de um aneurisma cerebral.

Logo após o brutal assassinato de João Alberto no Carrefour de Porto Alegre, outro jovem negro foi espancado em supermercado, em Várzea da Palma, após ser acusado de furto. Alex Alves Júnior da Silva foi acusado de roubar uma botina, mas câmeras de segurança mostram que o jovem comprou o produto em outro local.

Em comum a truculência policial. Nas comunidades eles atiram primeiro, chegam derrubando porta, dando tapa na cara… Só quem vive, sabe como é! Já, nos condomínios de luxo, polícia não chega atirando. Por exemplo, no condomínio Vivendas da Barra, onde morava o, ex-PM, autor dos disparos que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes a abordagem foi muito diferente. E por falar em Marielle, já se passaram mais de mil dias do seu assassinato. Mil dias sem que as autoridades tenham conseguido responder as perguntas: quem mandou matar a vereadora? e por qual motivo? Mil dias de impunidade!

“A bala não erra o alvo, no escuro um corpo negro bambeia

e dança.

A certidão de óbito, os antigos sabem, veio lavrada desde

os negreiros.”

Conceição Evaristo

 

Fonte: Rede de Observatório de Segurança | Alma Preta Jornalismo | UOL | CSP-Conlutas

 

Acesse o relatório completo “A cor da violência policial: A bala não erra o alvo

 

 

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