Depois de apostar na forma ditatorial para conduzir as negociações com os servidores públicos federais, em greve há mais de dois meses, a postura intransigente da presidente Dilma está posta a prova.
Segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico, edição do dia 10 de agosto, Dilma recorreu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo ajuda nas negociações com os grevistas (leia na íntegra).
A mobilização começou com os docentes das faculdades federais, se espalhou pelo executivo e atingiu o judiciário e o legislativo. Sem expectativa de negociações concretas, cada vez mais setores aderem ao movimento nacional e paralisam suas atividades. Sem dúvida, esta já é a maior greve do funcionalismo no governo do PT.
A greve nacional é resultado da desvalorização que os servidores públicos federais vem acumulando desde o governo de Fernando Henrique, seguido pelo governo do PT. Em anos anteriores o movimento foi boicotado por setores governistas.
Desta vez, a falta de diálogo da presidente e a pressão exercida pela base forçaram a Central Única dos Trabalhadores (CUT) a radicalizar. No último dia 09, CUT, Condsef e demais entidades representativas dos servidores federais se uniram para formalizar uma denúncia na OIT (Organização Internacional do Trabalho) contra as práticas antissindicais do governo Dilma.